segunda-feira, 18 de março de 2013

MANIFESTO DOS POETAS,CANTADORES,CORDELISTAS E DEMAIS ARTISTAS


Manifesto dos Poetas, Cantadores, Cordelistas e demais artistas

Os sindicatos sugiram
Pra da luta ser trincheira
E em defesa dos direitos
Levantar alto a bandeira
Dando um basta a exploração
E a fome pôr na lixeira.

Hoje ainda a maior parte dos sindicatos cumpre o seu papel de impulsionar a luta por preservar e ampliar os direitos da classe trabalhadora.
No Brasil, é vital aprofundarmos nossa organização principalmente na área da cultura, já que ocupa o último lugar na fila de destinação de verbas. Para comprovar, é só perceber que, em 2011, o Governo Federal reservou ao setor minguados 0,04% do Orçamento Geral da União, enquanto destinou 45,05% para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública.

Queremos que no país
Deixe de ser letra morta
E que o direito a cultura
Germine em nossa horta
Que exijamos do governo
Que abra ligeiro, a porta.

Na realidade, lutar com a forma de organização que escolhermos é urgente para que o artigo 215 da Constituição Brasileira de 1988 seja cumprido. Ele afirma: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”.
Portanto, construir uma organização dos poetas para impulsionar a luta pelo reconhecimento da categoria como também para definir políticas públicas para o setor da cultura é muito importante. No entanto, a forma como esse processo foi iniciado não nos parece adequada, entendemos ser, na verdade, um caminho minado.

Os poetas no Brasil
Lá pelos anos cinquenta
Tentaram organizar
Pra luta, uma ferramenta.
Que pudesse proteger
O Menestrel da tormenta.

Foi o poeta Rodolfo Coelho Cavalcanti que procurou impulsionar a nossa organização, só que também escolheu um caminho perigoso para qualquer segmento que quer construir uma organização trabalhista, ou seja, permitiu a intervenção governamental no processo.
Atualmente procuram-se trilhar o mesmo caminho, pois foi com a tutela governamental tanto política quanto financeira que o II encontro foi realizado em Brasília nos dias 13,14 15 de fevereiro do corrente ano. 
O critério de escolher apenas 40 poetas para participar desse encontro a nosso ver foi uma limitação.
A fundação de qualquer tipo de organização deve ter o envolvimento de sua base.
A convocação de um Congresso com ampla presença da Base é um caminho para o fortalecimento de um movimento.
E que seus participantes sejam eleitos em reuniões em suas cidades para realmente representar os segmentos de nossa categoria, possibilitando um amplo debate democrático, que possa definir a melhor forma de organizarmos um verdadeiro movimento nacional.
Por tudo isso, nós, que subscrevemos esse manifesto, reivindicamos a construção de um processo amplo e democrático, independente política e financeiramente das interferências governamentais.

Os poetas que assinam 
Com vigor o manifesto
Pedindo a democracia
Que nesse ato modesto
Fomente um processo aberto
Ouvindo o nosso protesto.

Assinam:

Rio Grande do Norte
Natal-RN
Rosa Regis – Presidente da Academia Norteriograndense de Literatura de Cordel –(ANLIC)
Zé Martins – Presidente da Academia Metropolitana de Cordel – Grande Natal- 
Sebastião Bezerra – Vice Presidente da Sociedade dos Poetas Vivos - SPVA
Abaeté do Cordel – Cordelista
Paulo Varela – Cordelista, Membro da Academia do RN.
Eric Lima – Xilógrafo 
Hélio Gomes - Cordelista 
Manoel Cavalcante – Cordelista 
Rariosvaldo de Oliveira – Cordelista
Antonia Mota – Cordelista
Antonio Costa – Cordelista
Lucila de Noronha – Cordelista
Juarez Araújo – Cordelista
Manoel Silva – Cordelisa
Parnamirim-RN
José Acaci - Cordelista
Macaica-RN
Cláudia Borges - Cordelista
Nova Cruz-RN
Gustavo José Barbosa – Cordelista 
Antonio Barbosa – Cordelista 
Currais Novos
Henrique José da Silva – Cordelista
Claudson Faustino – Cordelista
Iara Maria Carvalho – Poetisa
Elina Carvalho – Poetisa
Luma Carvalho – Poetisa
Wescley Gama – Poeta
Paula Érica Batista
Pará
Belem

João Castro – Presidente da União dos Escritores da Amazônia-UEMA
Cláudio Cardoso – Cordelista
Paraíba
João Pessoa-PB

Medeiros Braga – Cordelista – João Pessoa-PB
Rio de Janeiro-RJ
Aderaldo Luciano- Pesquisador e poeta.
São Paulo
Caieras-SP

Valdri R. Oliveira – Cordelista – Caieras-SP
São José dos Campus-SP
Paulo Roxo Barja - Cordelista
São Paulo-SP
Josué Gonçalves de Araújo – Cordelista(membro da Caravana do Cordel)
Nando Poeta - Cordelista(membro da Caravana do Cordel)

Para quem quiser aderir ao Manifesto:

quarta-feira, 13 de março de 2013

DIA 14 DE MARÇO DIA NACIONAL DA POESIA



Por Nando Poeta

Letras, palavras alimentam o texto. O acasalamento das letrinhas forma
o que se tem de mais belo, o poema.
A existência do poema nutre as mentes e corações, aliviando o ser
muitas vezes embrutecido pelas crueldades rotineira da vida.
Não pode o homem, a mulher amar a liberdade, a justiça e não ser
amante da arte poética, com certeza dentro de si, há bibliotecas
inteiras de livros de poesias, que em momentos especiais, de suas
bocas, muitas vezes das vozes roucas, soltam, declamam versos
fragmentados que impulsionam o viver dos que precisam caminhar,
trilhando longas e penosas estradas. Seja lutando ou buscando um amor.
Diante das crises capitalistas que caem como um fardo sobre as cabeças
e ombros dos que produzem a riqueza da humanidade, a poesia surge como
uma alavanca e diz: levanta-te força bruta, deixa o despertar invadir
a tua mente, transformando-o em um ser consciente, em um sujeito
histórico, que agora se guiara pela consciência da sua existência.
“Trabalhador do mundo uniu-vos”
        Bem que o dia da poesia poderia estar dedicado ao homem Karl Mark que
colocou todas as suas energias em defesa dos explorados e oprimidos,
já que foi no dia 14 de março, que ele partiu e nunca mais voltou, só
sabemos de sua existência, por ter passado por essa morada, e deixado
seu rastro, e muito bem escrito, um verdadeiro clamor em defesa da
classe trabalhadora.
Os milicos durante a ditadura pensavam que o dia era uma homenagem a
Mark criador das idéias que alimentavam a luta pela libertação.
Chegando a proibir as suas comemorações.
        Mas, o dia 14 de março é dedicado a outro homem que nasceu nessa
data, lá na fazenda Cabaceiras, Bahia, Brasil, também amante da
liberdade e da justiça, que se indignou com a existência da
escravidão, e que os seus poemas transformavam-se em navalha bem
afiada, cortante, sangrando a carne, querendo o fim da escravidão.
Seus poemas também eram lançados aos corações das amantes. Antonio
Frederico de Castro Alves, ou simplesmente Castro Alves.
        Hoje presenciando um mundo de crise, guerras, terremotos que devastam
a natureza, jogando cada vez mais a humanidade para um beco sem saída.
        Voltamos a fazer o chamado de Karl Mark “trabalhadores do mundo,
uniu-vos” esse seria o poema da vez. Vamos acordar Mark, ele estar
vivo.
Vamos embalar a bandeira de liberdade e justiça tantas vezes erguida
por Castro Alves.
Queremos o14 de março. Dia Nacional da Poesia. Um dia que vamos às
ruas panfletarmos poesias, soltando de nossas gargantas palavras que
alimentem o grito de liberdade, estremecendo os pilares do podre
poder.
Colocando em xeque as parafernálias da desordem burguesa.
Declamar, escrever poemas que reflitam a realidade em que vivemos
ajudando a desnudá-la, abastecendo de novas energias nossos corações e
mentes.
Viva o Dia Nacional da Poesia.