segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE FINAL DE ANO

Mensagem de Final de Ano

Que venha o ano novo
Por Nando Poeta

Que venha o ano novo
Repleto de desafios.
E que a força da gente
Mais forte de que dos rios
...Transborde, derrubem muros
Preencha os largos vazios.

São votos que desejamos
Pra vida seguir em frente.
Que em nossa caminhada
O amor se faça presente.
E a luta por igualdade
Esteja sempre vigente.

Com a força da união
2014 venha
Os sonhos realizados
Sendo a nossa luta, senha.
E a força da justiça
A vitoria sempre tenha.

Veja no Tributo ao Cordel os versos de Jose Walter Pires

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Poetas lançam cordel em homenagem a Chico Mendes


O LEGADO DE CHICO MENDES
Por Nando Poeta e Varneci Nascimento



Agora no dia 22 de dezembro de 2013 completam 25 anos do assassinato de Chico Mendes.
Os Cordelistas Nando Poeta e Varneci Nascimento com o compromisso em manter vivo o legado do líder ambientalista, escreveram um cordel que resgata toda sua trajetória de luta e a resistência dos povos das florestas contra a sua devastação.

A Amazônia gigante
Alimenta a nossa mente,
Com tanta diversidade
E história transcendente
Clamando por proteção
Da parte de toda gente.

Quem levantou sua voz
A favor da natureza
Regou com o próprio sangue
A mata e deu a certeza
Que quando a semente morre
Nasce com maior grandeza.


Veja o cordel na integra:

O LEGADO DE CHICO MENDES
Por Nando Poeta e Varneci Nascimento

A Amazônia gigante
Alimenta a nossa mente,
Com tanta diversidade
E história transcendente
Clamando por proteção
Da parte de toda gente.

Por causa dela, pessoas
Tombaram em sua defesa:
Seringueiros e indígenas,
Por amarem a natureza
Tornaram-se presa fácil
De quem só quer a riqueza.

Esse cordel foi buscar
Entrar na realidade
Dos nossos povos nativos
Na busca da igualdade,
Contra os ataques cruéis
Do clã da barbaridade.

A mata, os bichos e o povo
Moradores dessa terra
Sofrem tantas ameaças
Fruto da cruenta guerra
Feita com bala e machado
E a força do motor serra.

Quem levantou sua voz
A favor da natureza
Regou com o próprio sangue
A mata e deu a certeza
Que quando a semente morre
Nasce com maior grandeza.

Entre tantos que tombaram
Recordo Wilson Pinheiro
Desbravador, corajoso,
Líder nato e seringueiro
Foi morto covardemente
Do modo mais traiçoeiro.

Quem escolheu residir
Embrenhado nas florestas
Vive do que a terra dá
Corta a fome, tapa arestas.
Para celebrar colheitas
Realizam suas festas.

O solo fértil acreano
Foi palco do nascimento.
Xapuri tornou-se a mãe,
Do Chico cheio de alento
Que conquistou junto ao pai
Quando buscava alimento...

Trabalhou nos seringais
Na extração da borracha
Encantou-se com a floresta
Por isso Chico despacha
A luta contra os canalhas
Que em todo canto se acha.

Ainda jovem engajou-se
Na militância cristã
Onde atuou bravamente
Em prol de um novo amanhã
Na proteção do bioma
Tornou-se o maior titã.

Lá pelos anos sessenta
Do século que se passou
Conheceu um comunista
Que a Marx lhe apresentou.
Companheiro obstinado
Com quem se aconselhou.

Euclides Fernandes Távora
Havia sido um tenente
Que junto de Carlos Prestes
Disseminou a semente
Em prol do socialismo,
Isso o fez mais consciente.

Depois de um tempo preso
Em Fernando de Noronha
Esse tenente exilou-se
Na Bolívia a onde sonha
Com um mundo igualitário
Sem a falta de vergonha.

Vindo da Bolívia ao Acre
O Távora chega à fronteira.
Ao lado de Chico Mendes
Armou a maior trincheira
Na defesa da Amazônia
Foi a sua ação primeira.

No ano setenta e cinco
Concretizou a ideia
De fundar o sindicato
Da cidade Brasileia.
Junto aos trabalhadores
Começava a epopeia.

Junto a Wilson Pinheiro
Também foi o sindicato
Fundado em Xapuri
Para que de imediato
Seus vários trabalhadores
Se organizassem de fato.

Por esse mesmo período
Se elegeu vereador.
Mas viu que o MDB
Não era trabalhador.
Distante dos movimentos
Procurou outro motor.

Foi fundador do PT
Pela década de oitenta
Candidato a deputado
Uma vaga Chico tenta
Apesar de não ganhar
Buscou outra ferramenta...

Criou a CUT em seguida
Dela foi seu dirigente
Participou dos congressos
Nas greves se fez presente.
Debateu em muitos fóruns
A questão do ambiente.

Unidos todos na luta
Organizam seus empates
As mulheres e os filhos
Jamais fugiram aos combates
E na trincheira da vida
Acontecem os embates.

A onda capitalista
É máquina destruidora.
Extrai sangue da floresta
De maneira arrasadora
Quem se opõe contra eles
Enfrenta a metralhadora.

Chico Mendes disse um dia:
“Nunca mais um companheiro
Vai derramar o seu sangue
Ou de outro caminheiro
Juntos, seremos capazes
De salvar o seringueiro”.

Protegendo a natureza
O lugar de nossa gente
É onde aprende a viver
E criar naturalmente
Nossos filhos e animais
Dentro do meio ambiente.

Chico Mendes consciente
Que a seara ecológica
Tem dimensão mundial
Por compreensão e lógica
Seguiu o socialismo
Sem ideia demagógica.

Pela floresta Amazônica
Pulmão maior do planeta
Travou-se um combate extremo
De bala e de baioneta
Para salvá-la da morte
De roubalheira e mutreta.

Está nas mãos mais ousadas
O futuro da Amazônia
Contra os ataques hostis
De quem nos chama colônia
Contudo, será preciso
Batalhar sem cerimônia.

Era um verde e vermelho
A favor da ecologia,
Pelo bem de todo povo
Enfrentou selvageria
Um sonhador da floresta
Honesto e de valentia.

Homem de ação singela
Pragmático no labor
Agia a frente de quem
Considerava opressor.
Incompreendido foi
Uma vítima do terror.

Socialista convicto
Queria a revolução.
Por um planeta mais verde
Cheio de harmonização
Entre natureza e homem
Sem nenhuma agressão.

Dentro da bonita mata
Sob a sombra e a gruta
Enfrentou o latifúndio,
Homicida que desfruta
Do poder que mata quem
Não foge de uma labuta.

Até hoje os latifúndios
Patrocinam várias mortes
Esmagando os ribeirinhos
Tão resistentes e fortes.
Que clamam pelo socorro
Contra os variados cortes.

Não podemos esquecer
Da bonita trajetória
Dos que tombaram lutando
Porque marcaram a memória
De um coletivo inteiro
E se inscreveram na história.

Quem se opõe ao capital
Pode aguardar a matança
Ou perseguição cerrada
E a ponta de uma lança.
Do poder e do dinheiro
Que diariamente avança.

Proteger a Amazônia
É um dever do Estado
No entanto, o recurso
Para isto, destinado
Deixa o pulmão do mundo
Cada vez mais sufocado.

O Chico Mendes deixou
O seu legado de lutas
Um ensinamento caro
Porém as forças astutas
Procuram calar a voz
De pessoas resolutas.

Este Chico ecológico
Também foi socialista
Construiu a unidade
Como bom estrategista
Sabendo que a união
Fortalece o ativista.

Mas na penumbra da noite
A pistolagem atuou.
Um tiro dado de doze
Bem no seu peito cravou
Ele gritou: — Me acertaram
E no chão sem vida tombou.

A bala calou a voz
Gritante contra os algozes,
Mas eles se enganaram
Porque os sons mais velozes
Produzidos pelo Chico
Atingiu milhões de vozes.

A sua morte ecoou
Feito o grito mais profundo
Quem pensou que se livrava
De Chico num só segundo
Viu o clamor por justiça
Nos quatro cantos do mundo.

Essa batalha ferrenha
Fez sua vida encurtada,
Porém deixou um legado
Ao longo da caminhada
A árvore morta brotou
Muito mais frutificada.

Esse bioecologista
Vítima da mão homicida
Por enfrentar os desmandos
Sempre de cabeça erguida
Mas não tem bala que cale
Uma voz a favor da vida.

O compromisso na causa
O transformou em lendário
Por se tornar neste tema
O mais célebre visionário.
Que ao expor pensamento
Encontrou adversário.

O mundo passa a imagem
Desse ambientalista
Ser somente humanitário
Sem cunho socialista
Ocultando o seu combate
A praga capitalista.

Os inimigos da mata
São os latifundiários
Pecuaristas, madeireiros
Pensamentos ordinários
O agronegócio fecha
A lista dos mercenários.

No lugar que tem floresta
Querem fazer um regato.
Das árvores fazer madeira
Ir do couro ao sapato
A terra virar pastagem
É desejo imediato.

Tantos falam em seu nome
Em nossa atualidade
E fazem tudo ao contrário
Na mais pura falsidade
Porque negam sua essência
Ecológica de verdade.

Matá-lo não pôs o fim
Na luta da ecologia
A corrente que ficou
Batalha no dia-a-dia
Para punir quem destrói
O que a floresta cria.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

EM DEFESA DO CORDEL OU DE UM DOGMA DE FÉ

EM DEFESA DO CORDEL OU DE UM DOGMA DE FÉ

Sobre o matutes de Bob Motta escrito em sua coluna no último dia 23 de novembro, fiquei matutando.
O poeta fez algumas considerações na discussão sobre as origens do cordel.
Todo seu artigo faz a defesa implacável de um “Dogma de fé”
1) Que o cordel veio da Península Ibérica;
2) Que veio com os colonizadores;
3) Que o cordel é folclore;
4) Que o cordel era comercializado em cordões nas feiras.
Todas essas afirmações ao longo do tempo foram cristalizadas como verdades absolutas.
A verdadeira origem do cordel é essa e pronto.
 Não se pode apontar outro rumo.
E ai de quem se atreva em mostrar outro caminho.
Será proibido questionar esses pilares impostos como uma verdade absoluta? Discordar dessas certezas não será um direito legítimo? Ou para quem discorda daqueles que impuseram essas afirmações, merecem serem achincalhados?
Como o poeta Bob Motta fez:
Acusando de baboseiras e aberrações o que o poeta Varneci Nascimento apresentou no debate.
 Afirmando que o “papa do cordel” deveria tomar umas aulas.
Que deselegante.
Meu caro Bob Motta esse debate que se vem realizando em todo Brasil é legítimo, e busca colocar o cordel no centro das atenções, e que não foi a primeira vez que estamos discutindo aqui em Natal.
Já existiram vários momentos nesses últimos dois anos que temos travado esse debate.
 Infelizmente foi sua primeira participação.
E fique sabendo que os poetas não ficaram calados, já fizemos fortes debates sobre esse conteúdo.
Agora tudo isso que você, Bob Motta, externou em sua coluna poderia ter colocado nos vários momentos de debate proporcionado na I Semana do Cordelista, mas não o fez, ao contrário, se ausentou do debate no momento que acontecia entre os poetas.
Não acusem os poetas de estarem ouvindo as baboseiras em silêncio.
 Você não pode só está escrevendo no matuteis, teria que agir como um verdadeiro matuto. Falar as coisas na bucha.
Essa postura sua ficou longe.
Ao contrário do que você falou na sua coluna, esse debate vem para quebrar o dogma de fé, que sempre foi propalado como única verdade.
A sua coluna pode ser uma trincheira muito importante na propagação desse gênero literário.
Como por exemplo, dela ter divulgado a realização da I Semana do Cordelista.
Você poderia estar discutindo em sua coluna, por que o poder público não ajudou na realização desse evento?
Acho que isso ajudaria.
 Agora ficar só de torcedor, não é uma postura que contribua.
Entre no jogo, venha para o debate.
Abra sua coluna para que as diversas opiniões tenham o direito de se expressarem. O desafio está feito.
Vamos estimular a realização de ciclos de palestras sobre o cordel entre os poetas e interessados para que possamos todos estudar juntos as teses apresentadas por todas as vertentes.
Isso ajudaria e muito na nossa formação.
“Vamos ficar alerta e não aceitarmos como Dogma de fé”, o que foi estabelecido há séculos como verdade sobre a história do cordel.
Quanto a mandar o poeta Varneci Nascimento estudar, você deveria ter mais respeito pela história dos outros, pois ele é um menino que se formou em História na Universidade Estadual da Paraíba, portanto não é um a toa como sugere o seu texto.
 Chamá-lo ironicamente de “papa da literatura de cordel” e dizer que ele falou “aberrações” é no mínimo deselegante, com quem se mostrou tão amigo e simpático com todos os poetas de Natal e foi querido e respeitado por todos, basta olhar as postagens que os natalenses fizeram a respeito da passagem dele por aqui.
Nando Poeta



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

EM DEFESA DO CORDEL

PALESTRA DE VARNECI NASCIMENTO EM NATAL

Autor: Marciano Medeiros


Foi com surpresa que li um artigo escrito pelo poeta Bob Motta, fazendo alguns comentários críticos sobre uma fala que Varneci Nascimento (Editor da Luzeiro), fez  quando participou de recente encontro na Casa do Cordel. Até ai tudo bem, todos temos direito de opinar, porém o senhor Bob Motta chegou ao ponto de afirmar que o pesquisador baiano, e não paulista como Bob escreveu no seu longo artigo, falou uma série de baboseiras
Ele começa forçando a barra para dizer que o cordel vem de Portugal e mais remotamente da Grécia antiga. Esta afirmação é muito fácil de ser refutada, queremos que Bob Motta nos mostre um romance, basta um, escrito por autor português ou grego e que pareça com os romances redigidos por Silvino Pirauá de Lima ou Leandro Gomes de Barros. Ele cita uma estrofe de Luís de Camões redigindo Luis com a letra Z e insinua que Camões era cordelista. Camões escreveu belos poemas e lindos sonetos, mas nunca elaborou um enredo de cordel no estilo dos feitos por José Camelo de Melo Rezende, um Manoel D `Almeida Filho, ou Antônio Teodoro dos  Santos,  por exemplo.
Eu pude refletir, mas enfaticamente sobre isto, quando li um livro escrito pelo doutor Aderaldo Luciano, intitulado: “História Critica do Cordel Brasileiro”. Eu também dizia estas coisas infundadas. “Cordel vem de Portugal, pois os folhetos eram pendurados num barbante.” Ano passado fui visitar o poeta Ivanildo Vila Nova em Gravatá/PE e ele me disse: – Meu pai nunca vendeu folhetos pendurados em barbante, ele os levava a feira numa mala, era folheteiro e não cordelista, portanto. É exatamente o que Aderaldo mostra em seu livro, questionando este nome imposto por pesquisadores que falavam das coisas por ouvir dizer. No livro do professor Aderaldo ele mostra os quatro pais do cordel brasileiro que são: Silvino Pirauá de Lima, Leandro Gomes de Barros, Francisco Chagas Batista e João Martins de Athayde. A única coisa que Camões, rei dom Diniz e Gil Vicente têm com nosso cordel é o fato de que eram poetas.
Foi isso falado no parágrafo anterior que Varneci Nascimento expôs em sua fala onde ninguém foi obrigado a ouvir, como afirmou Bob Motta. É inegável que alguns europeus exerceram influência mínima, porém Leandro sistematizou e expandiu escrevendo lindas histórias em sextilhas, jamais vistas em qualquer parte do mundo. Os Martírios de Genoveva deixam os leitores comovidos, pela magia exposta na trama da narração, magistralmente ambientada na distante Alemanha. Vemos o drama de Genoveva, frágil vítima de uma terrível e sinistra traição, que foi colocada em prática pelo intendente Golo. O marido da moça vai para a guerra, então recebe uma carta do servo, que denuncia uma suposta traição de Genoveva. Encolerizado o conde Sigifroi entrega o destino de Genoveva ao falso empregado, através duma imensa e enfurecida carta de resposta. A pobre amarga uma prisão injusta por não ceder aos apelos afetivos do falso e caluniador Golo. Ela chegou a ter um filho nos porões da cadeia, pois o seu esposo a havia deixado grávida. Uma mulher que por Genoveva tinha sido beneficiada, a visita secretamente e recebe uma correspondência confidencial para ser entregue a Sigifroi, quando este num futuro distante, pudesse porventura retornar da guerra. Neste meio tempo os homens encarregados de executar Genoveva se compadecem e matam um cachorro felpudo, arracando-lhe os olhos para enganar Golo, dizendo que se tratava dos olhos da prisioneira. Genoveva promete viver em pequena mata e passa a residir numa horrenda caverna com seu filhinho, o criando com providencial leite, que a mesma retirava de uma corça. O tempo passa, ela sofre bastante, porém a tal carta um dia será entregue ao seu companheiro. Quando o conde ler o texto observa que sua esposa relata toda falsidade e ainda lhe pede perdão para o implacável inimigo. Neste momento o nobre fica bastante deprimido, então resolve fazer grande caçada para se distrair um pouco. Sem saber vai para a tal floresta, onde sua ex-esposa vivia solitariamente. Depressa um cachorro sai perseguindo estranha corça e chega à caverna, encontrando Genoveva muito abatida, pelos sucessivos anos de sofrimento. Inicialmente ele pensa que era um espírito, pois imaginava que a companheira estava morta. O casal se reconcilia, ela volta para casa e recupera a antiga felicidade. Golo fica apenas na masmorra e não sofre a penalidade de morte. O mais interessante é que o conde passa a conservar um retrato, com a imagem da mulher, do seu querido filho e da corça. Eu quero que os defensores do cordel europeu nos citem os grandes autores d além mar que tenham produzido trabalhos tão maravilhosos como este que acabei de mencionar, está lançado o desafio.
E voltando ao artigo de Bob, o interessante foi ele ter falado se dirigindo aos poetas potiguares como se fosse representante de uma opinião sagrada e os demais colegas chegassem ao ponto de execrar Varneci Nascimento publicamente, por ter coragem de tirar as roupagens das lendas e mitos, divulgados sobre o cordel brasileiro. Mandou o rapaz estudar como se Varneci não fosse formado em história. Sempre que falo com este cordelista baiano, ele está escrevendo um cordel ou revisando outros, de autores das mais distantes regiões brasileiras. Para finalizar parabeniso o poeta Abaeté por ter feito a Semana do Cordelista e ter convidado Varneci Nascimento para levantar o debate saudável e botar nosso cordel no devido lugar: a estante do respeito e conhecimento de causa, que nos impede de divulgar baboseiras lendárias como se fossem verdades absolutas.



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CARTA DOS CORDELISTAS EM NATAL



Nesta carta de Natal
Queremos que o cordel
Tenha reconhecimento
Do valoroso papel
Que ao longo de sua história
Formou muito menestrel

A cultura como modo de vida, são expressões artísticas, cientificas e filosófica, não podendo ser reduzida a adorno e entretenimento, tratada como coisa supérflua, que se limita a uma mercadoria. 

Cabe ao poder público possibilitar uma dinâmica cultural, por meio do estímulo à criação, acesso e fruição às múltiplas expressões da cultura, por meio de recursos orçamentários, como também promover um amplo debate nas várias regiões do município que deságue na elaboração de políticas culturais para a nossa cidade, revelando a riqueza e diversidade cultural de um povo sofrido e explorado que através de sua arte desnuda a sua bravura artística e cultural.

Portanto as políticas públicas de cultura devem se articular com as políticas de várias áreas (Educação, Planejamento Urbano, Esporte, Patrimônio Histórico, Turismo), se apoiando nos recursos públicos, de âmbito municipal, estadual e federal.

O Cordel gênero da literatura brasileira faz parte do patrimônio nacional, revelando a riqueza de seu país e de um povo que nas suas lutas introduziu o ingrediente da poesia, para transformar a realidade brasileira, em que um sonho se torne realidade.

As políticas públicas para a cultura, seja a nível nacional, estadual e municipal, ao longo do tempo, secundarizam esse gênero da literatura, tão pesquisado por estudiosos do mundo inteiro.

Um gênero literário que transita com as demais artes, teatro, cinema, música, como ferramenta educacional, não pode permanecer a margem das políticas publicas culturais de nossa cidade.

Nós, poetas, pesquisadores e amantes da arte, participantes da I Semana do Cordelista em Natal, cansados de ficarmos relegados pelas políticas públicas culturais de nosso município nos insurgimos contra essa marginalidade e passamos a exigir do poder público o reconhecimento e o apoio as atividades culturais desenvolvida pelo movimento cordeliano desta cidade.

Apresentamos abaixo caminhos para iniciarmos a superação dessas lacunas existente em nossa realidade que são passos para a garantia da valorização da arte cordelistica:

1- Que o Cordel gênero da literatura brasileira seja levado às escolas públicas e encarado como objeto de estudo, com a garantia da instalação de CORDELTECAS nas instituições escolares;

2 – Que as secretárias de Educação e Cultura do município constituam uma ESCOLA DE CORDEL que possibilite a formação e capacitação de seus educadores;
3 – A Secretária de educação do município poderia criar, em suas estruturas, Núcleos de Estudos do Cordel; com intuito de fomentar os estudos e ações a serem desenvolvidas.

4 – Que as instituições públicas garantam o desenvolvimento do projeto Caravana de Cordel nas escolas e praças estimulando a participação dos poetas nesses eventos;

5 – que sejam inseridos nos temas transversais dos conteúdos programas pedagógicos inserindo o Cordel na grade curricular;

6 – Que a Secretarias de educação estimule a participação dos escritores de cordel, como também os pesquisadores nos eventos organizados pelas secretarias, como seminários, cursos, encontros e congressos;

7 – Que as Secretárias de educação e cultura do município, promovam a realização de concurso de cordel para estimular o surgimento de Poetas Cordelistas, como também financiarem as publicações de seus livros;
8 – Que seja elaborado um programa de editoração e distribuição de Folhetos por parte do poder público;

9 - Que seja instituído o dia DEZENOVE DE NOVEMBRO, oficialmente, como o DIA DO CORDELISTA, numa justa homenagem ao pai do Cordel, o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros;

10 – Adoção de políticas de incentivo ao Cordel, a começar por privilegiar o seu uso a partir da utilização de Folhetos em campanhas governamentais, de combate e de informações de interesse publico, como, por exemplo: vacinação de crianças e idosos, AIDS, DENGUE, Diabetes, Hanseníase, Pressão Arterial, Colesterol, Saneamento, Higiene Bucal, Desnutrição Infantil,Alimentação e Nutrição, Tabagismo, Alcoolismo, Educação no Trânsito, Educação de Adultos.

Assinam esta carta:
Abaeté do Cordel – Cordelista,organizador da Casa do Cordel
Antonio Costa – Cordelista
Arnildo Albuquerque – Advogado
Bob Mota – Cordelista
Carlos Alberto - Pesquisador
Claudia Borges – Cordelista
Dudé Viana – Cantor e Músico
Eric Lima – Xilogravurista
Gelson Luis – Cordelista
Hélio Gomes(Hegos) – Cordelista
Jadson Lima – Cordelista
Manuel de Azevedo – Cordelista
Marcelo Othon – Músico
Marciano Medeiros – Cordelista
Nando Poeta - Cordelista
Neto Braga – Cordelista
Poetisa Tonha Mota – Cantora e Cordelista
Rita Martins – Cordelista
Rosa Regis - Cordelista
Sebastião Bezerra(Tião da SPVA)
Sônia Godeiro – Sindicalista
Tahis Rodrigues Fernandes
Varneci Nascimento – Cordelista

Vera Lucia – Cordelista

terça-feira, 1 de outubro de 2013

SOBRE O LEILÃO DE LIBRA

O LEILÃO DE LIBRA
Por Nando Poeta

O dia 3 de outubro
É uma data marcante
Foi quando a Petrobrás
Criou-se pelo levante
Na rua “o petróleo é nosso”
Uma campanha gigante.

FHC abriu as portas
O Lula continuou
A Dilma está prosseguindo
O novo Leilão marcou
O Pré-Sal vai ser entregue
O óleo privatizou.

O leilão de Libra é
Pôr nosso Brasil a venda
Entregar nossas riquezas
Voltar a ser uma senda
Do capital estrangeiro
O país ser oferenda.

Que o povo venha às ruas
E com toda sua fibra
Se some a luta unitária
Contra esse Leilão de Libra
Que o governo entrega
E o tal capital vibra.


DESDE DE 1500 LEILÕES
Por Érica Galvão

Remetendo a lembrança
Do ano de 1500
Vem na vista uma memória
Do nosso falso invento
Em que os índios no Brasil
Viveu no mundo sangrento

Esse povo brasileiro
Que foi muito massacrado
Trocou Pau-Brasil por espelho
Com promessa de amigado
Homem branco o engano
Transformou em escravo amado

Hoje no 3 de outubro
Me levou a avistar
As lembranças do passado
Da Petrobrás conquistar
E o PT de Dilma e Lula
Quer agora privatizar.

E a atual presidente
Falando que a educação
Vai ter a grana dos royalties
Ludibriando a nação
Dizendo que esse negócio
É bom pra população

Ela sendo do PT
Um partido traidor
Levantou essa questão
Do Leilão enganador
Se fizermos uma conta
Para o povo é sem valor

Essa grande descoberta
Foi o campo de pré-Sal
Que traria benefícios
Para o povo ancestral
Com cifras inimagináveis
1 trilhão pra lá e tal.

Agora no 3 de outubro
O Brasil tem que parar
A nossa soberania
Precisa reconquistar
Para o Campo de Libra
Não se desvalorizar.

Contra o neoliberal
Façamos toda a união
Trabalhador, Estudante,
E operário da construção
Vamos parar o país
E fazer a revolução

Por uma Petrobrás
100% estatal
E contra todo leilão
Feito para o Capital
Paremos a produção
Contra o Estado desleal.

O petróleo tem que ser nosso
Do imperialismo não
Que se aplique os 10%
Do PIB pra Educação
Não só daqui a 10 anos
Pois é uma enrolação.

Com o dinheiro da nação
Não podemos aceitar
Que a divida pública se pague
De quem vive a trabalhar
Por isso trabalhador
Não devemos mais pagar.

O povo saiu às ruas
Por saúde e educação
Transporte público, comida
Copa não é salvação.
E agora vamos sair
Pra barrar esse LEILÃO.

segunda-feira, 18 de março de 2013

MANIFESTO DOS POETAS,CANTADORES,CORDELISTAS E DEMAIS ARTISTAS


Manifesto dos Poetas, Cantadores, Cordelistas e demais artistas

Os sindicatos sugiram
Pra da luta ser trincheira
E em defesa dos direitos
Levantar alto a bandeira
Dando um basta a exploração
E a fome pôr na lixeira.

Hoje ainda a maior parte dos sindicatos cumpre o seu papel de impulsionar a luta por preservar e ampliar os direitos da classe trabalhadora.
No Brasil, é vital aprofundarmos nossa organização principalmente na área da cultura, já que ocupa o último lugar na fila de destinação de verbas. Para comprovar, é só perceber que, em 2011, o Governo Federal reservou ao setor minguados 0,04% do Orçamento Geral da União, enquanto destinou 45,05% para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública.

Queremos que no país
Deixe de ser letra morta
E que o direito a cultura
Germine em nossa horta
Que exijamos do governo
Que abra ligeiro, a porta.

Na realidade, lutar com a forma de organização que escolhermos é urgente para que o artigo 215 da Constituição Brasileira de 1988 seja cumprido. Ele afirma: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”.
Portanto, construir uma organização dos poetas para impulsionar a luta pelo reconhecimento da categoria como também para definir políticas públicas para o setor da cultura é muito importante. No entanto, a forma como esse processo foi iniciado não nos parece adequada, entendemos ser, na verdade, um caminho minado.

Os poetas no Brasil
Lá pelos anos cinquenta
Tentaram organizar
Pra luta, uma ferramenta.
Que pudesse proteger
O Menestrel da tormenta.

Foi o poeta Rodolfo Coelho Cavalcanti que procurou impulsionar a nossa organização, só que também escolheu um caminho perigoso para qualquer segmento que quer construir uma organização trabalhista, ou seja, permitiu a intervenção governamental no processo.
Atualmente procuram-se trilhar o mesmo caminho, pois foi com a tutela governamental tanto política quanto financeira que o II encontro foi realizado em Brasília nos dias 13,14 15 de fevereiro do corrente ano. 
O critério de escolher apenas 40 poetas para participar desse encontro a nosso ver foi uma limitação.
A fundação de qualquer tipo de organização deve ter o envolvimento de sua base.
A convocação de um Congresso com ampla presença da Base é um caminho para o fortalecimento de um movimento.
E que seus participantes sejam eleitos em reuniões em suas cidades para realmente representar os segmentos de nossa categoria, possibilitando um amplo debate democrático, que possa definir a melhor forma de organizarmos um verdadeiro movimento nacional.
Por tudo isso, nós, que subscrevemos esse manifesto, reivindicamos a construção de um processo amplo e democrático, independente política e financeiramente das interferências governamentais.

Os poetas que assinam 
Com vigor o manifesto
Pedindo a democracia
Que nesse ato modesto
Fomente um processo aberto
Ouvindo o nosso protesto.

Assinam:

Rio Grande do Norte
Natal-RN
Rosa Regis – Presidente da Academia Norteriograndense de Literatura de Cordel –(ANLIC)
Zé Martins – Presidente da Academia Metropolitana de Cordel – Grande Natal- 
Sebastião Bezerra – Vice Presidente da Sociedade dos Poetas Vivos - SPVA
Abaeté do Cordel – Cordelista
Paulo Varela – Cordelista, Membro da Academia do RN.
Eric Lima – Xilógrafo 
Hélio Gomes - Cordelista 
Manoel Cavalcante – Cordelista 
Rariosvaldo de Oliveira – Cordelista
Antonia Mota – Cordelista
Antonio Costa – Cordelista
Lucila de Noronha – Cordelista
Juarez Araújo – Cordelista
Manoel Silva – Cordelisa
Parnamirim-RN
José Acaci - Cordelista
Macaica-RN
Cláudia Borges - Cordelista
Nova Cruz-RN
Gustavo José Barbosa – Cordelista 
Antonio Barbosa – Cordelista 
Currais Novos
Henrique José da Silva – Cordelista
Claudson Faustino – Cordelista
Iara Maria Carvalho – Poetisa
Elina Carvalho – Poetisa
Luma Carvalho – Poetisa
Wescley Gama – Poeta
Paula Érica Batista
Pará
Belem

João Castro – Presidente da União dos Escritores da Amazônia-UEMA
Cláudio Cardoso – Cordelista
Paraíba
João Pessoa-PB

Medeiros Braga – Cordelista – João Pessoa-PB
Rio de Janeiro-RJ
Aderaldo Luciano- Pesquisador e poeta.
São Paulo
Caieras-SP

Valdri R. Oliveira – Cordelista – Caieras-SP
São José dos Campus-SP
Paulo Roxo Barja - Cordelista
São Paulo-SP
Josué Gonçalves de Araújo – Cordelista(membro da Caravana do Cordel)
Nando Poeta - Cordelista(membro da Caravana do Cordel)

Para quem quiser aderir ao Manifesto:

quarta-feira, 13 de março de 2013

DIA 14 DE MARÇO DIA NACIONAL DA POESIA



Por Nando Poeta

Letras, palavras alimentam o texto. O acasalamento das letrinhas forma
o que se tem de mais belo, o poema.
A existência do poema nutre as mentes e corações, aliviando o ser
muitas vezes embrutecido pelas crueldades rotineira da vida.
Não pode o homem, a mulher amar a liberdade, a justiça e não ser
amante da arte poética, com certeza dentro de si, há bibliotecas
inteiras de livros de poesias, que em momentos especiais, de suas
bocas, muitas vezes das vozes roucas, soltam, declamam versos
fragmentados que impulsionam o viver dos que precisam caminhar,
trilhando longas e penosas estradas. Seja lutando ou buscando um amor.
Diante das crises capitalistas que caem como um fardo sobre as cabeças
e ombros dos que produzem a riqueza da humanidade, a poesia surge como
uma alavanca e diz: levanta-te força bruta, deixa o despertar invadir
a tua mente, transformando-o em um ser consciente, em um sujeito
histórico, que agora se guiara pela consciência da sua existência.
“Trabalhador do mundo uniu-vos”
        Bem que o dia da poesia poderia estar dedicado ao homem Karl Mark que
colocou todas as suas energias em defesa dos explorados e oprimidos,
já que foi no dia 14 de março, que ele partiu e nunca mais voltou, só
sabemos de sua existência, por ter passado por essa morada, e deixado
seu rastro, e muito bem escrito, um verdadeiro clamor em defesa da
classe trabalhadora.
Os milicos durante a ditadura pensavam que o dia era uma homenagem a
Mark criador das idéias que alimentavam a luta pela libertação.
Chegando a proibir as suas comemorações.
        Mas, o dia 14 de março é dedicado a outro homem que nasceu nessa
data, lá na fazenda Cabaceiras, Bahia, Brasil, também amante da
liberdade e da justiça, que se indignou com a existência da
escravidão, e que os seus poemas transformavam-se em navalha bem
afiada, cortante, sangrando a carne, querendo o fim da escravidão.
Seus poemas também eram lançados aos corações das amantes. Antonio
Frederico de Castro Alves, ou simplesmente Castro Alves.
        Hoje presenciando um mundo de crise, guerras, terremotos que devastam
a natureza, jogando cada vez mais a humanidade para um beco sem saída.
        Voltamos a fazer o chamado de Karl Mark “trabalhadores do mundo,
uniu-vos” esse seria o poema da vez. Vamos acordar Mark, ele estar
vivo.
Vamos embalar a bandeira de liberdade e justiça tantas vezes erguida
por Castro Alves.
Queremos o14 de março. Dia Nacional da Poesia. Um dia que vamos às
ruas panfletarmos poesias, soltando de nossas gargantas palavras que
alimentem o grito de liberdade, estremecendo os pilares do podre
poder.
Colocando em xeque as parafernálias da desordem burguesa.
Declamar, escrever poemas que reflitam a realidade em que vivemos
ajudando a desnudá-la, abastecendo de novas energias nossos corações e
mentes.
Viva o Dia Nacional da Poesia.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ESSE CARA SOU EU: RENAN CALHEIROS !



AutorAntonio Barreto – Santa Bárbara/BA


Nas praias de Salvador
Num domingo azul-anil
Eu disse para mim mesmo:
“O negócio está barril !
Será que Renan Calheiros
É  o  cara do Brasil ?”
           II 
De MP3 na mão
Resolvi entrevistar
As pessoas que chegavam
Pra tomar banho de mar...
Não faltou foi bom humor
Conforme vou relatar !
            III
Antes da noite chegar
Encerrei a  entrevista
Gente de todas as classes
Presente na minha lista...
Então veja o que disse
Nosso povo ao cordelista :
            IV
— Roberto Carlos falhou,
Eu deixei de ser seu fã !
Esse cara tão retado
Não sou eu, nem D. Juan,
Esse cara na verdade 
É o Senador Renan !
             V
— Se Bin Laden fosse vivo,
Seo Renan, que maravilha !
Mandava dois aviões
Bem em clima de guerrilha
Para então bombardear
Duas Torres em Brasília !
               VI
—  Você sabe o que ele disse?
“Ética é obrigação” !
Acredito que o Renan
Fez piada, meu irmão... !
Tragam óleo de peroba
Pra ver se tem solução !
               VII
— O Congresso aproveitou
A época do carnaval
E elegeu um Senador 
Que não tem nenhum aval
Tornando nosso Brasil
Cada vez mais imoral.
              VIII
— Isso é caso de polícia
Em qualquer lugar do mundo
Mas estamos no Brasil
Um celeiro bem fecundo
De falsário, de maluco
De bufão, de vagabundo !
                 IX
— A descaração agora
Implantada no Senado
Vem deixar o eleitor
Muito mais desanimado...
Então vou fazer humor
Para não ficar pirado !
              X
— Deitadinho numa rede
Como um bom samaritano
O Renan vai criar boi
No sertão alagoano
E  doar  filé mignon
Porque é um cabra humano!
              XI
— Ficha Suja no Brasil
Não paga pelo que fez...
A justiça silencia,
O cabra faz outra vez...
Mas o pobre logo é preso
Roubando um pinto pedrês !
              XII
— A ‘vitória’ do Renan
Me deixou desnorteado...
Todo o “acerto” em Brasília
Foi deveras camuflado:
Uma eleição secreta
Pra eleger um condenado!
             XIII
— Tudo está no seu lugar
Seja em verso, seja em prosa
Mas preciso então saber
Se o Joaquim Barbosa
Vai entrar logo em ação
Nessa “história”nebulosa !
              XIV
— Essa Constituição
Deve estar de maresia
Absurdos acontecem
Ao clarão da luz do dia
Sangrando covardemente
Nossa mãe Democracia.
               XV
— Envolvido em denúncias
De tanta corrupção
Para o ‘dono’ do Senado
Vai aqui o meu refrão:
Viva o senador Renan,
O herói dessa Nação !
             XVI
— Ele vai pro Paredão
Do famoso BBB
O programa do Bial
Osso duro de ‘ruê’
Que dirá ao novo herói:
Esse cara é você !!!
          XVII
— O Renan lá no Faustão
Será outro show a parte
Pois o bom ilusionista
Nunca perde a sua arte
E o ibope da emissora
Vai ser alto até em Marte !
            XVIII
— No dicionário dele
Não existepeculato,
Falsidade ideológica
E nem a palavra ‘rato’
Pois o que falaram dele 
Certamente foi boato !
              XIX
— Adorei o Sérgio Sousa
Político do Paraná
Defendendo o Renan
Com o famoso bê-a-bá
De botar a mão no fogo
E a danada não “queimá” !
              XX
— Aguentar o tal  Senado
Para mim já é demais.
A casa tá dominada
Por verdadeiros feudais
Do Maranhão, Alagoas
E desses brasis gerais !
             XXI
— Brasília foi desenhada
Em forma de avião
Plano piloto, asa delta,
Uma pizza, uma prisão
Ou quem sabe uma escola
Para diplomar ladrão !
            XXII
— Depois do Renan Calheiro,
Quem vai presidir o Senado ?
Deve ser o Tiririca
Ou qualquer outro aloprado...
Mas o tal Collor de Mello 
Já está engatilhado !
            XXIII
— O povo deve exigir
O fechamento da Casa
Acender uma fogueira
Para transformá-la em brasa
Ou então mandar Renan
Morar na Faixa de Gaza !
              XXIV
— De ver um Brasil melhor
Eu perdi a esperança
Depois dessa eleição
Não mais tenho confiança
Nos que traem o eleitor
E engordam a poupança !
               XXV
— Quando vi Renan no Trono
Muita vergonha senti...
Perguntei a Deus do céu:
“Isso só acontece aqui ?
Quero ver quem é que vai
Descascar o abacaxi...”
              XXVI
— Quem é esse Sérgio Souza ?
Quanto foi que ele ganhou ?
Na defesa do Renan,
Esse cabra delirou !
Acho que nem ele mesmo
Bota fé no que falou !
            XXVII
— Já está escancarada
A porteira do Senado...
Tem estrume e tem capim
Para alimentar o gado,
Com exceção de meia dúzia
De parlamentar honrado.
           XXVIII
— Depois de tanta sujeira
Dessa gente sem pudor
Que engana sem escrúpulo
Seu dileto eleitor:
Nunca mais eu vou votar
Pra eleger um Senador.
             XXIX
— Esse tal Renan Calheiros
O famoso “Renangate”:
Nem com murro, capoeira
Punhalada, estilete
Óleo de peroba, surra
Choque elétrico, porrete... !
              XXX
— Não foi só Renan Calheiros,
O Sarney tá na parada
E a corja  em geral
No Congresso instalada
Transformando o Senado
Numa casa esculhambada...
            XXXI
O povo de Salvador
Não parava de opinar
O clima foi esquentando
Mas eu resolvi parar
Porque me disseram coisas
Que não posso publicar...
           XXXII
A partir desse momento
Encerro minha missão
De utilizar o cordel
Pra fazer reflexão
Pois eu sei que muita gente
Gosta de submissão ...

            FIM
Salvador-Ba, Carnaval de 2013.