terça-feira, 12 de junho de 2012



ARRAIÁ NO CORDEL
Por Nando Poeta

Olha cavalheiro e dama,
Vamos formar a fileira
Cada um de frente ao outro
Cumprimentando a parceira
Balançando os esqueletos
Para espantar a canseira.

Seja homem ou mulher
Faça o mesmo movimento.
A dama e o cavaleiro
Vão trocando o cumprimento
De maneira cordial
Assim fique bem atento.

Preparar para o passeio
Os casais se balançando
Dá à mão direita a dama
Em circulo vão passeando
Alguns aproveitam a onda
E saem até namorando.

Cavalheiros de mãos dadas
Dirijam-se até o centro.
As damas fazendo o mesmo
Nessa dança fica dentro.
Gire e levante os braços
Nesse passo me concentro.

Cavalheiro venha à frente
Passando a dama seguinte.
Só afim de conhecê-la
Dê dez volta ou até vinte
Depois retorne ao seu par
Dê um beijo de requinte.

Agora vamos de novo
Trocando de cavalheiro.
Cada dama vai passando
Até chegar ao parceiro.
Ao chegar faz balancê
Arrocha, e enche de cheiro.

De mãos dadas formam um túnel
Em um formato de arco.
Caminhando estão na fila
Todos nesse mesmo barco.
Passando embaixo por dentro
Nessa brincadeira embarco.

Novamente em grande círculo
Anavantur pra chamar.
A dama e o cavalheiro
De parceiro é pra trocar.
Conclui-se a brincadeira
Quando o último passar.

No caminho, olha a cobra
Olha a chuva, a roubalheira.
O político mela a mão
Fazendo grande sujeira.
As promessas de campanha
É um prato de besteira.

É mentira, é mentira
Logo se passa o perigo.
As damas e os cavalheiros
Vão procura outro abrigo.
Se nota o alarme falso
Dou  meia volta e prossigo.

Todo mundo entra na fila
Seguindo na caminhada.
Para, faz o balancê
Não cansa de dar rodada.
Levando ao caminho da roça
Bem ao ponto de chegada.

Em uma fileira única
Sempre o primeiro da fila.
Faz um caracol na hora
E ver se nunca cochila
E nessa pisada louca
Deixa brilhando a pupila.

Saindo do caracol
Agora na grande roda.
Vamos todos de mãos dadas
Brincar nunca incomoda.
Um círculo só com as damas
Ei, rapaz essa é a moda.

Vamos coroar as damas
Em sua cabeça a mão.
Enlaçá-las na cintura
No ritmo da marcação.
De um lado para o outro
Mudando de posição.

Coroar o cavalheiro
Agora é a vez da dama.
Atracada na cintura
Para o seu corpo ela chama.
Acompanhando o chamado
Desse marcador de fama.

Vamos formar duas rodas
As damas levantam o braço.
Cavalheiros façam o mesmo
Sem cair no embaraço.
Girando pela direita
Sem nunca errar o passo.

Prepare agora o galope
De ponta-a-ponta pulando.
Assim faz a despedida
Para todos acenando.
Sanfona, bumbo, triângulo
Na festa o trio animando.

Um comentário:

  1. Caro poeta,
    Parabéns pelo Arraiá no cordel. Segue uma pequena contribuição:

    Nando Poeta, a moça,
    Que não namorar na roda
    Corre a fazer bilhete
    Ela nunca se acomoda
    Anunciando na rádio:
    Isto hoje, tá na moda

    Abraços,
    Rosário Pinto

    ResponderExcluir