domingo, 18 de dezembro de 2011

Cordel: Doutor Sócrates, um jogador pensador

Por Nando Poeta




Na vida do futebol
Têm drible, muitas jogadas.
É a arte em movimento
Pessoas apaixonadas.
Que deixam suas torcidas
Por demais emocionadas.

São craques que com a bola
Num campo de futebol.
Encenam lindas jogadas
Driblando dando lençol
E pra delírio do povo
Que encontra o seu farol.

Eu vou falar de um gênio
Que dentro e fora do campo,
Brilhou, foi estrela guia
No gramado um pirilampo
E nas suas grandes partidas
Do gol tirava o tampo.

Nosso Sócrates Brasileiro
Na escola, no esporte,
Formado em medicina,
Na bola batendo forte
E no Bota em Ribeirão
Preto encontrou seu norte.

Chegando para o Corinthians
Foi o ídolo da torcida.
Com o manto alvinegro
A sua maior guarida.
Um dos maiores atletas
De toda história vivida.

Dentro do Parque São Jorge
Forjou uma tabelinha.
O doutor faz parceria
Com o brilhante Palhinha.
Uma dupla especial
Sucesso dentro da linha.

O Brasil vivia a época
Do fim de uma ditadura.
E o gol do povo se torna
Um clamor pela abertura
Que outro país florisse
No enterro da tortura.

Em toda a sociedade
Um fervor contagiante.
Querendo fazer mudanças
Deixando mais confiante.
Pra que tudo no Brasil
Pudesse seguir avante.

Seu tino pra consciência
Foi ver os livros do pai.
Durante a ditadura
No fogo queimando cai.
Foi o seu primeiro choque
Que na política abstrai.

E foi nas Diretas Já
Que Sócrates fez seu golaço.
Se engajando nessa luta
E ao povo dar seu abraço.
Querendo a democracia
Reinando aqui nesse espaço.

Vale do Anhangabaú (1984)
Presente uma multidão.
O doutor em um comício
Sobre a emenda da eleição.
Diz: que fica no país
Se tiver aprovação.

E na luta social
Vai logo influenciando.
Lá dentro das quatro linhas
Um pensamento plantando.
O direito a liberdade
No gramado germinando.

Instala a democracia
Chamada Corinthiana
Que os atletas decidem
De forma mais soberana
Da qual o Doutor, se torna
O lider da caravana.

Uma visão coletiva
Presente o companheirismo.
Todos com a voz igual
Imperando o dinamismo.
No Parque São Jorge brota
Um imenso vanguardismo.

O Corinthians fervilhava
A democracia dá salto.
O voto dentro do clube
Se ergue ao plano mais alto
E todos pensavam assim:
A liberdade eu exalto.

A imprensa batizou
Que era uma panelinha.
Quatro membros envolvidos
De uma mesma cozinha.
Excesso de liberdade
A ordem fora da linha.

Mas o movimento vivo
Se implanta a cada dia.
Envolvendo todo mundo
Fazendo a democracia
E o futebol no Brasil
Entrava em sintonia.

Doutor Sócrates, Magrão
Era meia ou atacante.
Com o Calcanhar de Ouro
O passe passa brilhante.
E o gol brotava na rede
Com alegria vibrante.

No campo ele desfilava
Com sua nobre elegância.
Um toque bem refinado
Na bola com exuberância.
O gol no fundo da rede
De perto ou à distância.

O Sócrates foi um doutor
Da bola e da medicina.
Seus toques, passes precisos
Seus dribles que coisa fina
E lhe ver dentro do campo
Beleza que nos fascina.

Jogando um futebol arte
Usando seu calcanhar.
O passe era de primeira
Jogada espetacular,
A torcida delirando
Se pondo toda a vibrar.

Corre com a bola no pé
No juízo e pensamento.
Pronto para mais um lance
Pra quem diz que ele é lento.
A pelota vai ligeira
O gol surge no momento.

Um drible, um toque sutil
A bola vence o goleiro.
Era mais um gol de craque
Do Magrão, o artilheiro
Erguia o punho cerrado
Como faz um bom guerreiro.

Jogando dentro de campo
De cabeça sempre erguida.
Tocando a bola com classe
Arrasando na partida.
Derrotado ou vencendo
Procura sempre a saída.

Um magro desengonçado
De uma grande habilidade.
Tinha um domínio da bola
De muita vitalidade.
Enxergava o jogo inteiro
Na cara do gol invade.

Um dos seus passes famosos
Era o calcanhar de ouro.
Uma jogada de craque
Que valia um tesouro.
Quando o gol acontecia
A torcida dava um estouro.

Lembrava que sempre em campo
Tem que ter dedicação.
Está entusiasmado
Ter foco, ter direção.
Compreender que uma equipe
É fruto de uma união.

Quando Sócrates foi jogar
Com a camisa canarinho
Foi o Capitão da Copa
E Telê comanda o ninho.
Timaço de oitenta e dois (1982)
Recebe todo carinho.

Fez tabela com o Zico
Falcão, Cerezo e Oscar
Leandro, Luizinho, Junior,
Serginho, Eder, a atacar
Atrás tinha Waldir Peres
No gol disposto a fechar.

Nessa copa a Seleção
Na Itália esbarrou.
Foi enorme a frustração
O sonho do Tetra acabou
E o gosto dessa derrota
Todo mundo experimentou.

Depois veio oitenta e seis (Copa de 86)
Chegam às quartas-de-final.
O Doutor perdeu um pênalti
Guadalajara o local.
Foi à França que parou
A seleção genial.

Vestiu a camisa ainda
Do time da Florentina.
Quando volta ao Brasil
Com Mengão ele se afina
E no Santos de Pelé
Faz passagem repentina.

Na Europa, na Itália
Nove gols mais na carreira.
Numa breve atuação
Sua volta foi ligeira.
Para jogar no Brasil
E no Rio fazer trincheira.

No Flamengo vinte jogos
Fez uma dupla com Zico.
Amigo de Seleção
De um futebol tão rico.
Mas pelo time da Gávea
Não chegou ao alto pico.

Quando era um garoto
Do Peixe foi torcedor.
No Clube do Rei Pelé
Chegou a ser jogador.
Foi só por vinte e três jogos
Foi tão rápido esse sabor.

Saiiu do Santos em busca
De achar outra morada.
Ainda muito disposto
Quis seguir a caminhada.
Com seu futebol brilhante
Quer mais uma temporada.

Na carreira de um atleta
Tem momento de má fase.
Existem altos e baixos
Que abala qualquer base.
E o Sócrates teve a dele
Que deixa a carreira quase.

De volta a Ribeirão Preto
No time que começou,
O tricolor Botafoguense
Onde amizade plantou.
Com grande amor e carinho
Sua carreira encerrou.

Quando pendura a chuteira
Foi Técnico, articulista.
Do mundo do futebol
Também foi comentarista.
Na música e no teatro
No cinema foi artista.

Doente soltando a voz
Faz uma critica afiada.
Fala dos gastos com a Copa
Da grana que é desviada.
De um futebol de força
Que a arte é abandonada.

A sua irreverência
Foi marca por toda vida.
Dentro de campo e lá fora
Suas ideias dão partida.
Fazendo surgir no futebol
Respeito para quem lida.

No ano dois mil e onze
Com a saúde abalada.
Teve três internações
A última o fim da jornada.
O álcool foi um gol contra
Pra vida ser acabada.

As suas belas jogadas
Marcarão cada memória.
O jogador pensador
É parte de nossa história.
E o craque Doutor Sócrates
Para o futebol foi glória.

Fazemos nossa homenagem
Para Sócrates, o Magrão.
Um jogador de talento
Da Seleção, Capitão.
Mentor da democracia
Nas fileiras do Timão.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Nas comemorações do 3º ano da Caravana do Cordel, o movimento cordeliano se afirma na cidade de São Paulo.
Foi um sucesso o evento realizado no último dia 10 de dezembro no Memorial da América Latina.
Foi um coroamento de todo um trabalho do cordel nesse ano que termina. A presença de dezenas de pessoas foi à maior demonstração de que a Caravana do Cordel é um movimento artístico que surge e se sustenta pelo apoio das pessoas que se identificam com essa arte.
Para esse ano temos o desafio de continuar com a Caravana do Cordel sempre mais próximo das pessoas, como diz a canção de Milton Nascimento, “todo artista tem que estar onde o povo está,”, pois foram essas pessoas nos seus locais de trabalho, estudo e moradia que deram sustentação ao cordel em toda Sampa.
Viva o Movimento Caravana do Cordel.
Obrigado pela presença de todos.
Um forte abraço cordeliano.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011




No crime de Belo Monte
Lula puxou o gatilho
Do Xingu tira seu brilho
Veneno joga na fonte
Ofuscando o horizonte.
Um presente para empresa
Que mata a natureza
E povos dessa floresta
Pancada leva na testa
Bioma não tem defesa.

Não bastasse o São Francisco
Com sua transposição.
Exercito de arma em mão
Impondo a força o confisco
O rio caindo em risco
E vida de pescadores
Sem peixe, água, e com dores
Florestas sendo alugadas
Por gringos são devastadas
Os seus fies predadores.

Os índios do rio Xingu
Perderão pesca e a caça
Vão jogados à desgraça.
Não come mais o pitu
Também não tem o tatu
Ficando sem o alimento
É pleno seu sofrimento.
Moradores da floresta
Que não cala, mas contesta
Tem força seu argumento.

Se construir a usina
O rio vai perder vazão
Ribeirinho fica na mão
A tribo de índio afina
É fim d’água cristalina
O peixe nada pra a morte
Fauna, flora sofre corte
E o nosso pulmão do mundo
Sumirá em um segundo
E a mata fica sem norte.

A força de um leilão
Governo é truculento
Fazendo engajamento
Com a classe do patrão
Fez conchavo e união
Mas sempre Lula dizia
"Que isso nunca faria".
Apertando foi o IBAMA
Desse órgão fez a cama
Investe em Norte Energia.

Consórcio que é vencedor
Arrebata no pregão
Promete fim do apagão
Com governo torcedor
Dele é financiador
Passou por cima de lei
Atua só com sua grei
Aniquila o rio Xingu
Diz que tudo é um tabu
Impondo como um rei.

No Estado do Pará
Terceira maior do mundo
Deixando rio moribundo
O Belo Monte até lá
Lucrar vai ser bê-á-bá
Enriquecendo os patrões
Empapando seus bilhões
E na mata o habitante
Tenta fazer o levante
Vão quebrando seus grilhões.

A construção da usina
Sabemos do resultado
Ave, planta, índio afogado
De Tucurui, Balbina
Cidades caem na ruína
A índia Kaiapó Tuira
Em seu momento de ira
Com facão quase dá corte
Em chefe da Eletronorte
Na cidade de Altamira.

A luta já é antiga
Contra essa construção
Kararaô é contramão
E que obra é inimiga
Faz estrago e muita intriga
Usina de Belo Monte
Não é construir a ponte
Entre a mata e a cidade.
Ao contrário, é falsidade
Pra floresta é desmonte.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lançamento do Livro A Escrava Isaura em Cordel


Agora no dia 01 de outubro, sábado às 16h você é convidado a participar do Lançamento do Livro A Escrava Isaura, uma obra adaptada em cordel de Varneci Nascimento.Mais um livro da coleção clássicos em cordel na cidade de São Paulo.
Veja o convite e compareça.
Os membros da Caravana do Cordel estarão presentes e contamos com sua presença.
Um abraço.
Nando Poeta.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Os CORREIOS é DO POVO



Por Nando Poeta

O PT negava a morte
Qualquer privatização.
Hoje a frente do governo
Ao vivo em toda nação
Junta-se ao PC do B
Fazendo a traição.

Com Petróleo faz leilão
Aeroporto é vendido.
Na fala neoliberal
Na entrega está convencido.
E os Correios S.A
É golpe bem desferido.

Privatizar os Correios
Já é uma idéia antiga.
O Governo FHC
Nessa proposta se abriga.
Mas as lutas e as greves
Comprou essa forte briga.

O Lula também tentou
Os Correios privatizar.
A Sociedade Anônima
Projeto fez planejar.
Mas a mobilização
O levou a engavetar.

A Dilma quer transformar
Os Correios, estatal.
Tem ganância em acabar
O monopólio postal.
Precarizando os serviços
E o quadro de pessoal.

MP cinco,três,dois
Abrindo vai o caminho
Para a privatização
Já é grande o burburinho
Que a Presidente Dilma
O dever faz direitinho.

A ECT no Brasil
Pelo povo, respeitada.
O serviço que ela presta
Lhe faz ser admirada.
Será uma grande perda
Se ela for privatizada.

Faça chuva ou faça sol
A carta, sua encomenda
Entregue na sua casa
Todo endereço desvenda.
Carteiro enfrenta cachorro
Recebendo pouca renda.

Os Correios é do povo
Essa é nossa bandeira.
ECT estatal
Pra não cair na fileira
De empresas privatizadas
Que engordaram a roubalheira.

A ECT estatal
A nossa greve defende
Quer um salário descente
Pois a miséria ofende
Uma classe que tem chama
Que a força da luta acende.

Dilma quer privatizar
O corte já está na beira.
Deputado e senadores
Já encheram a carteira
Aprovando a entrega
Da riqueza brasileira.

É hora de derrotar
A política privatista.
E a greve nos correios
Com a força do ativista
Vencerá todo governo
E o pelego entreguista.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cordel para Cid

No Ceará a luta dos professores em greve também é feita em cordel
Os professores da rede estadual do Ceará estão em greve e a luta em defesa da valorização do magistério e em defesa da educação naturalmente transborda para a luta contra o governo, que no Ceará tem à frente o psbista Cid Gomes e o apoio incondicional do PT. Para enfrentá-lo os professores não só vem parando as aulas e tomando as ruas, mas também ocupam as letras e as linhas do Cordel.

O que publicamos a seguir chama-se "Cordel para Cid" escrito pelo professor Francinilto Almeida de Tabuleiro do Norte no Ceará.

1.
Em discursos de políticos
Há certas prioridades
Dentre as quais EDUCAÇÃO
Incluem essas “beldades”
Mas o que se vê de fato
É um grande desacato
Recheado de maldades.

2.
O Piso do Magistério
Como Lei Nacional
Surgiu em 2009
Regra Constitucional
Mas alguns governadores
“Amigos” dos professores
Buscaram o Tribunal.

3.
Entretanto o STF
Com visão mais ampliada
Disse “Não!” aos “amiguinhos”
Daquela grande empreitada
O Piso Salarial
Já é Lei Nacional
Precisa ser respeitada.

4.
Mas não é isso o que vemos
Garanto, posso afirmar.
Sou professor e me negam
Essa Lei tão exemplar
São interesses mesquinhos
Desses nossos “amiguinhos”
Que brincam de governar.

5.
Dos Estados do Nordeste
É somente o Ceará
Que desobedece o Piso
E fica no deus-dará
Pois o Sr. Cid Gomes
É um dos ilustres nomes
Que contra essa Lei está.

6.
E como se não bastasse
Andando na contramão
Ele fica com gracinhas
Sem a menor atração
Nem percebe o desmantelo
Devido à falta de zelo
Com a “pobre” Educação.

7.
Nunca se viu nesse Estado
Um jogo tão inclemente:
Dividiu-se a Escola Pública
Da forma mais indecente
Uns são privilegiados
Ricamente bem tratados
Inscrição: SOU COMPETENTE.

8.
No lado esquerdo, porém
Estão os discriminados...
Tentaram, fizeram testes...
Mas foram, sim, reprovados.
Então não podem tocar
Desse mais fino manjar
Dos “deuses” bem educados.

9.
E são dois tipos de IMPOSTOS?
Eu me ponho a perguntar.
Por que este é escolhido
Sem que aquele possa entrar?
Uns têm muitas regalias
Sentem-se reis em folias,
Outros vivem a penar.

10.
Denuncio com firmeza
Esse abuso insolente
Minha escola, lado-a-lado
De uma ESCOLA COMPETENTE
Não temos quadra, sequer
Nós somos, sim, da ralé
Inscrição: INCOMPETENTE.

11.
Será que existe algum pai
Alguma mãe tão sofrida
Que não queiram profissão
Nessa amargurada vida
Para os seus filhos amados
De novo assim massacrados
Por uma regra indevida?

12.
Isso tudo só se dá
Para efeito camuflado
Pois nosso Governador
O que quer é resultado
As escolas oprimidas
Por certo serão supridas
Pelas do “recheio” amado.

13.
Não somos contra as escolas
Que ensinam a profissão.
Estamos insatisfeitos
Com a discriminação
Os direitos são iguais
Ninguém é menos nem mais
Em termos de educação.

14.
Além dessas injustiças
Sem cumprir a Lei do Piso
O professor corre o risco
De também perder o siso
Pois nosso Governador
Aumentando a nossa dor
Acha mesmo que é preciso.

15.
“Ensina quem tem amor”
“Nem carreira existiria”
“Por que fizeram concurso?”
São frases de maestria
Que o nosso Governador
Com carinho e com amor
Solta a plena luz do dia.

16.
E Vossa Excelência diz:
“Ensina quem tem amor...”
Pois é isto o que não falta
Na vida de um professor
O que falta é dignidade
Por parte da autoridade
Isto, sim, Governador.

17.
Não sabe Vossa Excelência
A rotina que mantém
Um professor que se preza
Na carreira que convém
Somente com muito amor
Mesmo com o Governador
Sugando o pouco que tem.

18.
Esse desprezo que vemos
Com palavras tão cruéis
Mostra a sua ingratidão
Com profissionais fiéis
Pois professor é amigo
É pai, é mãe é abrigo...
São muitos os seus papéis.

19.
São eles no dia a dia
Dando exemplos de bondade
Moldando comportamentos
Encaminhando à verdade
Ensinando o bem viver
Fazendo o país crescer
Erguendo a humanidade.

20.
Vossa Excelência não sabe
A sobrecarga que tem
Uma professora-mãe
Guerreira como ninguém
Depois de longa jornada
Assiste à família amada
Disposta como convém.

21.
Quantos professores vivem
Sem dispor de um bom lazer
Pois são tantas as tarefas
Restando para fazer
Isto porque nossas leis
Não nos dão a voz e vez
Para o quadro reverter.

22
Quem é que nesse mundo
Progride sem professor?
Que mundo pode existir
Sem a profissão do amor?
Será que Vossa Excelência
Nunca sofreu influência
De um deles, Governador?

23.
Nós queremos mais respeito
Com a nossa profissão
Ela é quem muda os rumos
Dessa e de qualquer nação
Só alguém estabanado
Olha bem desconfiado
Pra SENHORA EDUCAÇÃO.

24
Ela rege o Universo
Faz conquistas envolventes
Muda qualquer panorama
Deixa as coisas diferentes...
Se não há educação
Não existe evolução
Seremos, sim, indigentes.

25.
Será que é muito difícil
Perceber nosso valor?
Educação é a base
Digo isso aonde eu for
Sem a nossa profissão
Não existia outra, não
Sequer de Governador.

- FIM -

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O CORDEL NA AMAZÔNIA


I ENCONTRO DE CORDELISTAS DA AMAZÔNIA, que será realizado no HANGAR durante a programação da XV FEIRA PANAMAZÔNICA DO LIVRO, no dia 05/09/2011, no horário das 14:30h às 17:30h na sala 1, 2o andar.
Contatos:
Poeta Antonio Juraci Siqueira (91) 91476784 Juraci_siqueira@yahoo.com.br
Poeta João de Castro (91) 91446268
oxentepoeta@hotmail.com


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O I FORUM DE CORDEL SE REALIZA EM SÃO PAULO





No último dia 27 de agosto de 2011, era um sábado ensolarado em São Paulo, quando poetas,pesquisadores, professores e estudantes amantes da arte se encontraram para discutir o Movimento de Cordel em São Paulo e no restante do país.
O Fórum foi aberto com a intervenção musical de Aldy Carvalho com sua excelente música e interpretação.
Muitas discussões foram feitas: a relação da tradição com a contemporaneidade no cordel,com a presença na mesa de Francisca Batista mestranda em sociologia e pesquisadora e o Poeta Moreira de Acopiara, Outro debate bastante acalorado foi sobre a história e relação do cordel com a universidade.
Nesse debate contamos com a presença de Aderaldo Luciano doutor em Literatura e a doutora em sociologia Jerusa Pires Ferreira.
Tivemos uma boa participação dos presentes nos debates que se escreveram para opinarem sobre as questões em discussão.
Além do debate teórico sobre o cordel, tivemos apresentações de poetas e músicos no evento que abrilhantaram mais ainda a realização desse evento.
Parabéns ao Movimento Caravana do Cordel que vem nesses últimos anos construindo espaço para que o amante do cordel possa reconstruir uma compreensão desse gênero da Literatura Brasileira que ainda busca o seu verdadeiro reconhecimento.
E agradecemos especialmente as pessoas que estiveram presentes pela primeira vez e que possam retornar e ser parte viva do Movimento Caravana do Cordel.

domingo, 28 de agosto de 2011

A GREVE É FEDERAL



A GREVE É FEDERAL
Por Nando Poeta

O mundo tem revelado
Uma forte turbulência.
A USA E A EUROPA
Pode cair na falência.
E joga a conta pra gente
E quer nossa paciência.

Dilma diz ter consciência
E Brasil é preparado.
Falando que essa crise
Não atinge o nosso lado.
E pede que o brasileiro
Não fique preocupado.

Reafirma que o Estado
Sairá desse momento.
E diz olhar pra o futuro
Onde faremos assento
De um país que só cresce
Trazendo o melhoramento.

Essa crise é um tormento
Paga o trabalhador.
Perde emprego e sem salário
Na vida é um sofredor.
Enquanto que empresário
Dela vence e é ganhador.

E pra Dilma o servidor
Tem que apertar o cinto.
E demais trabalhadores
Terá o aumento extinto.
Depois diz que faz faxina
Para acabar com faminto.

Lá dentro do seu recinto
No Café da Presidenta.
Jura que o seu Governo
Pobreza não se sustenta.
E um Brasil sem miséria
Fará fim essa tormenta.

Servidor já não aguenta
E reage a intransigência.
Põe bloco da luta em campo
Mostra a nossa coerência.
Em defender os direitos
Com toda sua eloquência.

A greve é uma urgência
Tem que ser fortalecida.
SINASEFE E FASUBRA
Na luta está bem unida.
Mostrando que unidade
Pra vencer é a saída.

A Dilma faz investida
E quer mexer nos direitos.
É um balaio de PL
Que traz monte de defeitos
São projetos que atacam
E nos deixam insatisfeitos.

Recusando os nossos pleitos
Rejeita negociar.
Agora pra agiotas
A grana faz aumentar.
Doando o dinheiro público
Fazendo o rico lucrar.

É hora de ousar, lutar
E você meu companheiro.
Nessa jornada de luta
Pra greve chegue ligeiro.
Unindo as nossas forças
Do servidor tão guerreiro.

Seu governo trambiqueiro
Arrochar salário é crime.
Decretar greve ilegal
Ditadura que oprime.
Criminalizar a luta
Dilma ofende e reprime.

Para HU’s um time
Lula deixou bem prontinho.
É o Projeto de Lei
Que aprovam bem de mansinho.
Dezessete quatro nove
É uma bomba no ninho.

Deixa a casa de fininho
Dilma escala a seleção.
Mas usando a mesma tática
Com patrão faz união.
E para o serviço público
Deixa o servidor na mão.

Rumo à privatização
Na gestão do hospital.
Precariza,terceiriza
Um filão pra o capital.
É uma cópia malfeita
Da tucanagem geral.

Nesse ataque infernal
A aposentadoria
Que Lula em dois mil e três
Deu golpe em categoria
Poe na mão da patronal
E o servidor na agonia.

O corte no dia-a-dia
É um ataque a direito.
A Dilma com a tesoura
Faz isso muito bem feito.
Doa a empresário, agiota
Faltando com o respeito

O Servidor no peito a peito
Numa luta incansável.
A sua disposição
É combustível inflamável
Que mantém acesa a chama
De uma greve notável.

Nos chamam de irresponsável
Por realizar a luta.
Mas não existe outra escolha
Pra aqueles que na labuta
Doa o sangue, perda a vida
E governo nem escuta.

Enfrentamos a força bruta
Aquela que assassinou.
Zé Luiz e a nossa Rosa
Que sua lição deixou
E a semente plantada
Em São Carlos semeou.

A Rosa no chão brotou
Com Zé Luis faz presente.
Se vivos estivessem aqui
Na greve se unia a gente.
Debatendo, enfrentando
O burguês logo de frente.

Um governo intransigente
Que não quer nos atender,
Que surgiu do movimento
Hoje só faz ofender
O Servidor que trabalha
Pra família se manter.

Lutar,ousar, e vencer
É um lema muito forte
E na nossa caminhada
A união tem sido o norte.
De uma gente que batalha
Para ter direito a sorte.

Hoje sofremos o corte
Retiradas de conquistas.
Mas as lutas que ressurgem
Deixando-nos otimistas
E nos passos que são dados
Barra os governos entreguistas.




quarta-feira, 24 de agosto de 2011



Participe, venha logo
Para o Fórum de Cordel
Pesquisadores, poetas
Farão grande painel.
O movimento em São Paulo
Com seu público fiel.

É no sábado,vinte e sete
Lá na General Jardim
No seiscentos e sessenta
Pois no cordel é assim
Com palestras e debates
Pra quem gosta e está afim.

sábado, 20 de agosto de 2011

PARTICIPE DO I FORUM DE CORDEL EM SÃO PAULO




O Movimento Caravana do Cordel realiza no dia 27 de agosto o I Fórum do Cordel em São Paulo.

O objetivo é realizar um encontro de interessados em literatura, especialmente no gênero Cordel. Através dele queremos compartilhar conhecimentos e discutir ideias, refletir, opinar, apontar caminhos para divulgação, edição e expansão do Cordel em São Paulo e no Brasil, fazendo-o chegar além do seu público costumeiro e tradicional, até as instituições de ensino, movimentos sociais, inserindo-o de maneira mais efetiva e atuante no processo educacional e cultural.

Evento: I Fórum do Cordel em São Paulo

Data: 27 de agosto de 2011 – taxa de participação: R$ 10,00

Horário: 09:00h. às 17:00h.

Local: Auditório da Ação Educativa, Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque/Próximo ao Metrô Santa Cecília



Temática/Manhã

Cordel: Tradição & Contemporaneidade

Palestrantes: Francisca Barbosa (mestranda UFSCAR)

Moreira de Acopiara (Poeta Cordelista)

Temática/Tarde

O Cordel Brasileiro e o Universo Acadêmico

Palestrantes: Aderaldo Luciano (Doutor em Literatura)

Paulo Iumatti (Doutor e professor USP)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

No lamaçal de Brasília: um governo se atola



No lamaçal de Brasília: um governo se atola
Por Nando Poeta

Já faz parte da rotina
De nosso imenso Brasil.
Os casos de roubalheiras
Que cobre esse céu anil.
Dinheiro desce no ralo
Ou passa pelo funil.

Governo diz não saber
De esquema de propina
Dos cabides de empregos
Coberto pela cortina
Da lama lá de Brasília
Onde roubo faz ruína.

Sarney.Collor,FHC
Caíram em corrupção
O Lula diz não sabia
Mas teve seu mensalão
Agora é a vez de Dilma
Engrossando esse cordão.

No poder a sete meses
Dilma vive um mistério.
Já se chega a seis escândalos
Dentro do seu ministério.
O governo se atola
Nesse grande impropério.

Todos mergulham na lama
Na copa da roubalheira
Palocci, PC do B
Mergulha nessa sujeira
PMDB, PT
Nos braços da Cachoeira.

Não esquecendo o PR
Dirigindo os Transportes
E o PP nas Cidades
Doavam, faziam aportes
No Turismo da Esplanada
Na grana fez muitos cortes.

Que a prisão chegue a tempo
Para corja de bandidos
Que parlamentar, ministros
Sejam todos já punidos
E que se confisque os bens
De todos os envolvidos.



domingo, 17 de julho de 2011

Todos os amores



Todos os amores
Por Nando Poeta


O amor vem jorrando do meu peito
Espalhando entre a gente uma ternura.
De uma paixão tão ardente e que é pura
Que mergulha e bebe no deleito.
É semente que aflora nesse leito,
Coração que palpita trepidante
Faz pulsar todas as veias do amante
Que bombeia ao som de uma canção
E num passo de dança no verão
O sorriso explode no semblante.

No meu corpo uma febre, que me queima
Que aquece e que faz no sentimento.
Uma tocha de fogo engolir vento
Enfrentar todos os furacões e teima,
Deslizar-se na sua grande fleima
E no suave toque dos seus dedos
Com carinho revela os segredos.
Flutuando nos ares em toado
Felizmente me sinto enamorado
E aos abraços, me agarro a seus apegos.

E os corpos vibrando apaixonados
São canetas que escrevem no papel.
Uma história com o mais doce do mel
De carinhos, de beijos inusitados
Que os pelos da pele arrepiados
Vão mexendo, trazendo um fervor.
E o cheiro gostoso dessa flor
Alimenta com força nossa mente.
A paixão que é total ingrediente
Adubado com o sumo do amor.

Sua graça tão linda é esplendor,
Seu olhar é clarão que ilumina
E a voz vale o ouro lá da mina.
Os teus lábios é a fonte de sabor
Que sacia e que mata meu calor.
O seu grito é o pavio da nossa chama,
Combustível que fortemente inflama.
Faz subir esse fogo em turbilhão
Que as águas do mundo não farão
Acabar com a força de quem ama.

Tua presença é gás é substância
Que anima e me deixa loucamente
Nos lançando na foz de um afluente
Vem nutrindo em grande abundância,
Encurtando o caminho da distância,
Promovendo no amor toda harmonia
E entre dois corpos fazem sintonia.
Dá um nó produzindo muitos laços
Entranhados em arrochos dos abraços
Conseguimos fluir uma poesia.

É um livro escrito sobre a vida
Que traduz a um forte sentimento
De amores que surgem do rebento
Que transcende os tropeços de uma lida.
Resgatando a paixão quase perdida,
Vigorando um amor tão infinito
De um belo romance erudito
Simboliza um valor absoluto
E selando em tratado resoluto
Que desmancha a dureza do granito.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

CORDEL DA ANEL



CORDEL DA ANEL
Por Nando Poeta

A juventude no mundo
Sempre fez parte da cena.
De sair em turbilhão
Numa resistência plena.
Lutando por seus direitos
A conquista logo acena.

No centro, revoluções
Buscando o desconhecido.
Ultrapassando as muralhas
Do viver apodrecido.
Os jovens abraçam sonhos
Pra o mundo ser construído.

A sua energia espalha
Nas ruas rompem correntes.
Quebrando as velhas amarras
Em todos os continentes.
Abrindo no chão veredas
Influi corações e mentes.

Na história da humanidade
Um mundo de rebeldia.
Na luta por liberdade
Ditador se repudia.
Correr atrás da igualdade
Nunca será utopia.

No Maio em sessenta e oito
Trilhou-se um fértil caminho.
Em todo planeta terra
Foi grande o redemoinho.
Flores brotando da luta
Se separando do espinho.

Aqui no Brasil fervia
Uma cruel ditadura
Que impões ao movimento
A virulenta censura.
Com corte de liberdade
Recheada de tortura.

Lutadores sociais
Tratados como bandidos.
Dirigentes sindicais,
Estudantes perseguidos.
Por militares maldosos
Que assassinavam oprimidos.

Estudantes não se rendem
Alimentam a resistência.
Ditadura sanguinária
Com bastante truculência.
Impõe a força agressiva
Na mais cruel violência.

Entidades destroçadas
Tiradas fora do mapa.
Era a multidão na rua
Tratada com bala e tapa.
Assassinatos cruéis
Como o que ocorreu na Lapa.

Mas o ME na frente
Tocou o seu movimento.
Reconstruiu entidades
Enfrentou todo tormento.
Diretas, já e Anistia
Esse foi o engajamento.

E nas universidades
Também em secundarista.
ME passa a ter voz
E tem a grande conquista
De voltar a encher as ruas
Contra o capitalista.

Já no governo Sarney
A UNE se ajoelha
Deixa toda patronal
Puxar bem sua orelha.
Até Marco Maciel
Com ela se aparelha.

Bem lá nos anos noventa
Uma década perdida.
O Collor com pé na bunda
Do poder perde a guarida.
Foram os caras pintadas
Que na rua deu partida.

Depois dessa grande luta
Fica frio o movimento.
UNE E UBES se acomodam
Faz um forte juramento
De juntar-se à governante
Para receber provento.

No Itamar, FHC
Já foi muito serviçal.
Com o PT no poder
Lá no Planalto Central.
A UNE E UBES estiveram
Preso ao laço umbilical.

Ficar distante da base
É uma prática da UNE
Atrela-se ao governo
Aprovando o REUNI
Que sucateia o ensino
Deixando o governo impune.

O caminho da UNE é,
Desencontro, se perdeu.
Surge novo movimento
É real, já floresceu.
É ANEL brotando a luta
Num jardim que não morreu.

As verbas públicas minguada
Sofrendo um duro corte.
O ensino em agonia
Esperando só a morte.
Dinheiro pra tubarão
Continua em Dilma forte.

Nos Decretos dos governos
Educação é mercado.
Todo ensino quer é público
Estar sendo triturado
Entregue aos tubarões
De prêmio pelo Estado.

Queremos muito mais verbas
Professores concursados.
Movimento estudantil
Que tenha como aliado
A classe trabalhadora
E todo povo explorado.

Defender a autonomia
Pra ANEL é seu insumo.
Um ensino democrático
Projeto fica no prumo.
Nas praças de todo mundo
Buscaremos o nosso rumo.

ANEL sempre pra lutar
Presente no dia no dia-a-dia.
A nossa educação
Não será mercadoria.
Pra conquistar os direitos
Ocupa até reitoria.

Aqui, nas praças e no mundo
O novo pede passagem.
E nesse time de luta
Só joga quem tem coragem.
A UNE já é entulho
É essa nossa mensagem.

É preciso o movimento
Fortalecer a ANEL.
Para que as nossas lutas
Não fique só no papel.
Guarde logo na cachola
O que diz esse cordel.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

MANISFESTO DO CORDEL: NOS DEZ PÉS DO CAVALO PAULISTANO



Por Nando Poeta

Quem plantou a semente do cordel?
Na cidade que acolhe todo mundo
Em São Paulo de um coração profundo
Que abrigou o poeta menestrel
Num recanto que tem sabor de mel
Floresceu a poesia ano a ano
Que edifica o viver do ser humano
Com a coragem e o vigor do retirante
Fez os versos brotarem num instante
Nos dez pés do cavalo paulistano.

É a grande cidade nordestina
Que abraçou a cultura do migrante
E com ela ficou irradiante
Descobriu que o poeta era uma mina
Uma fonte de água cristalina
Que seus versos envenenam o tirano
E alimentam seu povo soberano
Escrevendo a história em poesia
De conflito, de amor e harmonia
Nos dez pés do cavalo paulistano.

Nessa terra o poeta cordelista
Propagou sua arte em todo canto
De alegria, de luta e de pranto
No folheto a poesia romancista
Numa critica segura sempre a vista
Entoou na defesa de um plano
Dos humildes, que vive no engano
De um povo sofrido é o porta-voz
Dos que lutam pra derrotar algoz
Nos dez pés do cavalo paulistano.

O planeta aqui se concentrando
Em diversidade de culturas
Fazendo elevar-se nas alturas
Onde um mundo que foi se edificando
E a riqueza de um povo germinando
Seja Árabe, Espanhol e italiano
Japoneses, o chinês e o africano
Nessa Sampa que é cosmopolita
A nação nordestina nela habita
Nos dez pés do cavalo paulistano.

O cordel no sudeste brasileiro
Sempre teve uma forte seleção
É São Paulo seu grande matulão
Do Antonio Teodoro, o garimpeiro
Do Amaro Quaresma, o folheteiro
E de Flankim Machado, o baiano
Jotabarros que é pernambucano
Manuel D'Almeida, o editor
Na Luzeiro o cordel é fina flor
Nos dez pés do cavalo paulistano.

Esse grande elenco fez a trilha
Espalhou na cidade a semente
Se plantou o cordel em cada mente
Que a estrela até hoje sempre brilha
Construindo mais essa maravilha
E no mundo literário é um vulcano
Tem a força bravia do oceano
O cordel faz em Sampa o movimento
Que propaga ligeiro como o vento
Nos dez pés do cavalo paulistano.

São Paulo hoje em dia é a arena
De uma turma que leva o cordel
Sem fronteira e da arte é bem fiel
Que entrou nesse mundo abrindo a cena
Florescendo de forma tão serena
De uma muda do chão paraibano
Hoje voa mais alto ganha, plano
E onde teve a Semana da Arte
O cordel já é forte baluarte
Nos dez pés do cavalo paulistano.

Na cidade o poeta peregrina
Declamando as histórias de seu povo
Transformando o antigo em algo novo
Levantando esse mundo da ruína
Nos seus versos habita a proteína
Caravana do Cordel nesse mundano
Movimento que tem grande tutano
E em São Paulo esse time acende a chama
E o amante da arte nele aclama
Nos dez pés do cavalo paulistano.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cordel A Lição da Professora Amanda




Por Nando Poeta e Varneci Nascimento

Uma professora fez
Um chamamento ao Brasil.
Pra cuidar da educação
Que está como um barril
De pólvora para explodir
Da maneira mais ardil.

Do púlpito da Assembleia
Silencia deputado,
Secretária e Promotora
Num discurso inusitado
E responsabilizou
A cúpula do seu Estado.

Lá da esquina do mundo
No Rio Grande do Norte.
Uma voz suavemente
Com o seu sotaque forte
Trouxe aos educadores
A luta como suporte.

Encanta toda a nação
Com o seu depoimento.
Revelando ao país
A falta de tratamento
Para com o nosso ensino
Que vive no sofrimento.

Amanda Gurgel lançou
No país uma semente:
Que a luta pelo ensino
Esteja sempre à frente
E que todo(a) professor(a)
Não desista e sempre tente.

A lição de resistência
Dentro daquela assembleia.
Propagou por todo canto
A força de uma ideia
Que a nossa educação
Vive uma triste epopeia.

Seu discurso pontuou
Sobre o papel do ensino.
Abrindo um forte debate
Pra descascar o pepino
Do caos da educação
Tratada com desatino.

O retrato do ensino
No sistema brasileiro.
Revela a destruição
Do sistema bandoleiro.
Das políticas de governos
Que se vão pelo bueiro.

No vídeo foi contundente
Trouxe a tona uma verdade
Que a precarização
Tornou-se realidade.
Seu recado foi aceito
Por toda a sociedade.

Um fenômeno na internet
E nas redes sociais
Obrigando a toda mídia
A divulgar nos jornais
Televisado e escrito
Que ficarão nos anais.

Professores, pais, alunos
Na sua sabedoria
Logo deram o seu apoio
Ao discurso que viria
Se tornar uma força viva
Pra toda categoria.

As suas palavras firmes
Ecoaram pelo mundo.
Todos enxergaram nela
Um conteúdo profundo.
Por isso que propagou-se
Como pólvora, num segundo.

Amanda mira no alvo
E diz com todo respeito:
— Secretária a senhora
No depoimento feito
Diz que governo não pode
Atender nosso direito.

O sonho de educar
Sempre foi parte da vida.
Mas hoje a realidade
Abre uma grande ferida.
Professores(as) maltratados
Sem salário e sem guarida.

O discurso de Amanda
Causou frisson e magia
Por isso que resolvemos
Embelezá-lo, eu diria,
Colocando o já poética
Nos moldes da poesia.

Diante de cada fala,
Neste púlpito, explicitada
Eu organizei a minha
Pois estou angustiada,
De ver nossa educação
Sendo muito maltratada.

Frente a tanto número exposto
Irei dizer um ameno,
Que contém três algarismos
Singelos nesse terreno:
É um nove, um três, um zero,
Meu salário tão pequeno...

Este que é diferente
Dos muitos aqui citados
Dá porque vos pergunto:
Nobilíssimos deputados:
Os senhores viveriam,
Com nossos ganhos minguados?

Causaria constrangimento
Esta cifra tão precária
Por certo para os senhores,
Isso é só uma diária
Que não daria se quer
Para a sua indumentária.

Por isso que minha fala
Partirá dessas questões,
Pedindo que vocês vejam
As imensas aflições,
Do professor que trabalha
E pega três conduções.

Só quem é professor sabe
O sacrifício que faz
Para chegar ao trabalho
Ganhar pouco e não ter paz
Quem fala sem viver isso,
Só máscara ainda mais.

Nesse Estado nem em outros,
Seja no campo ou cidade
A nossa educação
Foi tratada de verdade
E nenhum governo fez
Dela uma prioridade.

A fala da maioria
E de Betânia Ramalho
Quer mascarar um problema
Que se arrasta e é falho,
Vivem da educação
Mas não querem ter trabalho.

Pedindo pra não falar
Da situação precária
É querer banalizar
E tratá-la feito pária
Deixada sempre de lado
De forma desnecessária.

Educação requer trato
O mais fino e mais gentil
Professor não pode ser
Tratado de forma hostil
Querendo que com um giz
Salve o imenso Brasil...

Com salas superlotadas
Sufocando a professora
Inviabilizando a aula
Matando uma educadora
E dessa forma me pedem
Que eu seja a redentora?

A secretária falou:
“Não seja imediatista;
Como assim minha senhora,
Nos aponte uma outra pista,
Se não comer não dou aula
E a morte se tem em vista...

Jessica tem necessidade
De uma ótima educação
Como eu também preciso
De uma boa condição,
Para fazer meu papel
Sem nenhuma aflição.


É interessante também
Que mudem a vossa fala
Dizendo que a qualidade
É grande e não se abala
Pois a nossa realidade
É outra dentro da sala.


Não teremos qualidade
Enquanto houver professor
Trabalhando nos três turnos
Doente, sentindo dor,
Sem tempo para estudar
E exercer seu labor.

Trabalhar de dia à noite
Se vai por necessidade
Para se ter o sustento
Não é uma vaidade
Querer ser valorizado
É a nossa qualidade.

Não pensem que é pra comprar
Alguma bolsa de marca
Mas pra se locomover
E se evitar a fuzarca
De atrasar pro trabalho,
Com a condição tão parca.

E se acaso andar de carro
Posso afirmar, isto é crível,
Não andará todo dia
Com o que ganha é impossível
Porque não tem condições
De bancar o combustível.

É essa a realidade
Que precisa ter um breque
Aprumar a educação
Mais solta de que um leque
Por isso não me envergonho
De mostrar meu contra cheque.

Mostro para professor
Aluno, pai e freguês
Sem nenhum constrangimento
Pois este por sua vez
Quem deve ter, certamente,
Lamento, mas são vocês.

Secretária me desculpe
Mas é grande a ingerência
E não vá mais a tevê
Pedir com toda eloquência
Para quem é professor,
Um pouco de paciência...

Paciência nós pedimos
E objetivo bem feito,
Com meta a ser alcançada
Que o Estado dê um jeito
E com a categoria
Betânia tenha respeito.

Porque não dá para gente
Voltar desmoralizado
Já chega de humilhação
O professor tá cansado
De nunca ser promovido
E de ser achincalhado.

Voltar pra sala de aula
Só com os vinte reais
De aumento de salário
É tão pouco, que é demais
Um governo pensar nisso
Mostra do que é capaz...

Pedimos maior respeito
Porque está impossível,
Quereremos negociar,
Porém não é flexível
Um governo que não quer
É quase inadmissível.

O caos que sempre apresentam
No rádio e televisão
Não é por causa da greve
Porque a destruição
Educacional já vem
De anos que longe vão.

Se a coisa tivesse boa
A greve ninguém faria
Mas como está tão ruim
A nossa categoria
Chega quase cem por cento
Parada no dia a dia.

Quanto a vocês deputados
Ouçam mais os professores
Vão as nossas assembleias
Rever os nossos valores
Não fiquem trancafiados
Como tem feito os senhores.

Ao Ministério Público
Peço respeito e cuidado
Fiscalizar tudo bem,
Mas aqui deixo um recado
Não proíba um professor
Comer tendo trabalhado.

Além de ganharmos pouco
O que já é importuno,
Na merenda, o professor,
Se tocar vira gatuno,
Porque a promotoria
Diz que ela é do aluno.

Esse cuscuz alegado
Eu afirmo ao promotor
Que nós não temos recursos
Por isso peço ao senhor
Não alegue mais comida
Para um trabalhador.

Os nossos salários parcos
Não nos permite comprar
Alimento todo dia
Pra fora do nosso lar
Pois se assim eu fizer
Em casa pode faltar.

São muitos colegas que
Comem um cuscuz alegado
Eu agradeço e termino
Este singelo recado,
Respeitem a educação
E a todos muito obrigado.

Do PIB são dez por cento
Para um justo investimento
Que entidades de luta
Façam logo o movimento.
Exigindo dos governos
O seu pleno cumprimento.

Foi esse o discurso que
A professora sem giz
Deu uma aula bonita,
Na fala foi tão feliz
E que causou comoção
Em todo o nosso país.

domingo, 5 de junho de 2011

HISTÓRIA DO PSTU EM CORDEL

A história do PSTU em cordel
Por Nando Poeta

O Ponto de Partida
Foi a Liga Operária.
Fundada por exilados
Por jovens na faixa etária
Que não quiseram o foquismo
E sim luta proletária.

No Chile quando chegaram
Entraram no movimento.
De volta para o Brasil
Ver no Trotskismo alento.
Vivia-se a Ditadura
Um regime de tormento.

No ano setenta e oito
Eleição parlamentar.
Chamou a Liga Operária
No trabalhador votar.
Fez uma campanha contra
O regime militar.

Aí veio a Convergência
Chamada Socialista.
Um grão da revolução
Na união otimista.
Para que trabalhadores
Seja mais um comunista.

A CS defendia
A construção de um partido.
De cunho Socialista 
E na luta aguerrido.
Muitas vozes reclamaram
Desse ponto definido.

A tese de Santo André
No ano setenta e nove
Apresentou-se em plenário,
O mundo todo comove
O sonho de um PT
Para que a classe aprove.

No Estado de São Paulo 
Em Lins, no interior,
Congresso de Metalúrgicos
Na época de ditador.
O PT foi se formando
Contra o explorador.

A defesa ela foi feita
Pelo jovem Zé Maria.
Metalúrgico em Santo André
Cidade em que ele vivia.
O Lula nesse congresso
Aceitou com euforia.            

A moção foi aprovada
Nasceu o novo partido.
Do campo e da cidade
Sem patrões seja regido.
Nas teses de Santo André
Teve seu nome escolhido.

O PT surgiu na luta
Com toda base classista.
Não tendo em seu programa
Ideia socialista
Mesmo com esse limite
Foi anticapitalista.

Assim teve construído
Com mão do Trabalhador.
Reuniu sindicalista,
O peão, o lavrador,
Dona de casa, estudante,
Gente de muito valor.

Setores religiosos,
As correntes trotskistas,
Movimento de mulheres,
Todas elas feministas.
Só não tinha em seu meio
Os patrões capitalistas.

No fim dos anos oitenta
O PT se acomoda
Dedica-se ao parlamento
E passou a criar moda
De dar um giro à direita
Prendendo da luta a roda.

Na luta do Fora Collor
O PT teve a demora.
Desautorizou a base
Botar o Collor pra fora.
Por isso a Convergência
Foi mandada logo embora.

A esquerda do PT
Aumentou a resistência.
A direção burocrática
Expulsou a Convergência,
Corrente socialista
Que não perdeu sua essência.

Com a CS expulsa
Mais de dez agrupamentos.
Em solidariedade
Não ficou só nos lamentos.
Acompanhou a CS
Naqueles enfrentamentos.

Na capital de São Paulo
O local da reunião.
No ano noventa e três
Selou-se a união,
Sete centenas de gente
Teve a participação.

Naquele histórico encontro
Surgiu uma grande Frente
Sendo Revolucionária
Esteve sempre presente,
Na luta do Fora Collor
Fazendo forte corrente.

Várias correntes vieram
Uma delas foi a Liga.
Na cidade e no campo
A companheirada siga.
Somando-se ao projeto
Entrou logo nessa briga.

E o Partido da Frente
Socialista também teve.
Junto com outras correntes
Na formação se manteve.
PSTU surgiu,
E na luta sempre esteve.

Inicia-se o processo:
O de recomposição.
Lutador e seus princípios
Deles não abriram mão.
O novo partido vem
Para a nova construção.

Convocou-se um encontro
Pra ser em Belo Horizonte.
Lutadores socialistas
Que sempre estará no fronte
Para no socialismo
Beber nessa nova fonte.

Reforçou o movimento
Na busca da solução
De um partido de luta
Em prol da revolução
Que ajunte lutadores
Da cidade, do sertão.

No ano noventa e quatro
No dia cinco de junho.
Socialistas lutadores
Ergueram junto o punho.
Nesse ato grandioso
Fez-se o grande testemunho.

Naquele grande momento
Surgiu à alternativa.
Um partido socialista
De ação conspirativa.
Pra derrubar capital
E a classe ter voz ativa.

Era o PSTU
Que na sua fundação
Somou-se a militantes
Fazendo forte fusão.
Os princípios, o programa
Trouxeram muita união.

Partido de militantes
Honestos e lutadores.
Uma vida dedicada
Contra os cruéis opressores.
Em defesa do trabalho
Em prol dos trabalhadores.

PSTU, partido
De tão bravos militantes
De lutas, abnegados
Que nas lutas são brilhantes.
Não hesitam na batalha
Sempre são bem atuantes.

Um partido que apóia
Lutas de trabalhadores.
Combatendo todo dia
Desmandos de opressores.
Por uma sociedade
Que não haja exploradores.

O PSTU prega
A luta do marxismo.
Em prol do trabalhador
Morte ao capitalismo.
A revolução brotando
Erguendo socialismo.

Em seu local de trabalho,
Escola e moradia.
PSTU na rua
Nas lutas do dia-a-dia.
No alto nossa bandeira
Contra toda tirania.

Seja no Brasil, no mundo
Queremos socialismo,
Democracia operária
E internacionalismo.
Um partido mundial
Adepto do comunismo.

O Partido é construído
Priorizando a luta.
Defendendo os interesses
Do lado de quem labuta.
Revolução é caminho
É essa nossa conduta.

Partido do socialismo
E do proletariado.
Não abre mão de direitos
Defendendo o explorado.
Queremos você na luta
Juntando-se ao nosso lado.





quarta-feira, 1 de junho de 2011

Usina de Belo Monte:Governo Dilma dispara contra o Rio Xingu



No crime de Belo Monte
Lula puxou o gatilho
Do Xingu tira seu brilho
Veneno joga na fonte
Ofuscando o horizonte.
Um presente para empresa
Que mata a natureza
E povos dessa floresta
Pancada leva na testa
Bioma não tem defesa.

Não bastasse o São Francisco
Com sua transposição.
Exercito de arma em mão
Impondo a força o confisco
O rio caindo em risco
E vida de pescadores
Sem peixe, água, e com dores
Florestas sendo alugadas
Por gringos são devastadas
Os seus fies predadores.

Os índios do rio Xingu
Perderão pesca e a caça
Vão jogados à desgraça.
Não come mais o pitu
Também não tem o tatu
Ficando sem o alimento
É pleno seu sofrimento.
Moradores da floresta
Que não cala, mas contesta
Tem força seu argumento.

Se construir a usina
O rio vai perder vazão
Ribeirinho fica na mão
A tribo de índio afina
É fim d’água cristalina
O peixe nada pra a morte
Fauna, flora sofre corte
E o nosso pulmão do mundo
Sumirá em um segundo
E a mata fica sem norte.

A força de um leilão
Governo é truculento
Fazendo engajamento
Com a classe do patrão
Fez conchavo e união
Mas sempre Lula dizia
"Que isso nunca faria".
Apertando foi o IBAMA
Desse órgão fez a cama
Investe em Norte Energia.

Consórcio que é vencedor
Arrebata no pregão
Promete fim do apagão
Com governo torcedor
Dele é financiador
Passou por cima de lei
Atua só com sua grei
Aniquila o rio Xingu
Diz que tudo é um tabu
Impondo como um rei.

No Estado do Pará
Terceira maior do mundo
Deixando rio moribundo
O Belo Monte até lá
Lucrar vai ser bê-á-bá
Enriquecendo os patrões
Empapando seus bilhões
E na mata o habitante
Tenta fazer o levante
Vão quebrando seus grilhões.

A construção da usina
Sabemos do resultado
Ave, planta, índio afogado
De Tucurui, Balbina
Cidades caem na ruína
A índia Kaiapó Tuira
Em seu momento de ira
Com facão quase dá corte
Em chefe da Eletronorte
Na cidade de Altamira.

A luta já é antiga
Contra essa construção
Kararaô é contramão
E que obra é inimiga
Faz estrago e muita intriga
Usina de Belo Monte
Não é construir a ponte
Entre a mata e a cidade.
Ao contrário, é falsidade
Pra floresta é desmonte.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O CÓDIGO FLORESTAL É VERGONHA NACIONAL



É vergonha nacional
O papel de Aldo Rabelo
Que entrega até o cabelo
No seu Código Florestal
Da forma mais imoral
...Se vende pra agronegócio
Dele se torna um sócio
Do latifúndio assassino
Que desmatar é seu tino
Faz parte desse consócio.

E a bancada governista
De Dilma é a maioria
Numa pura covardia
Na entrega vigarista
Ao bando de ruralista.
Faz doação da floresta
Da flora,fauna faz festa
E indigena, seringueiro
Sem Terra e castanheiro
Contra essa farsa contesta.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Na Palhoça de Palocci



Na palhoça de Palocci.
Por Nando Poeta

O tal Ministro Palocci
Fez multiplicar seu pão.
Em apenas quatro anos
Ganhou grana de montão.
Seu patrimônio cresceu
Como a força de um vulcão.

Deputado Federal
Foi Ministro da Fazenda.
Dentro da Casa Civil
Vai ter aumento na renda
Pois é mágico, multiplica.
Pra cair na sua tenda.

A mão dentro da botija
Todo melado de lama.
Palocci com apartamento
Vai crescendo sua fama.
De papar dinheiro fácil
Metido em mais uma trama.

O PT justificando
O seu enriquecimento.
Diz quer fruto do trabalho
Foi sim um merecimento.
Das empresas que gostaram
Do seu bom comportamento.

Não temos nenhuma dúvida
Que Palocci para a empresa.
Fez um governo servil
De migalhas sobre a mesa.
E o neoliberalismo
Paga agora a despesa.

Na República do PT
A lavagem de dinheiro.
Engorda o Caixa Dois
Enriquece mensaleiro.
E o tráfico de influência
Pra quem vive no chiqueiro.

Dos governos anteriores
Não foi muito diferente.
Envolvidos nos escândalos
No mesmo recipiente,
PSDB,PT
Preso na mesma corrente.

O Lula no seu governo
Com Palocci acusado.
Pediu pra puxar o carro
Por estar todo enrolado,
Com caseiro Francelino
Que não quis ficar calado.

Não podemos esquecer
Dessa sua trajetória.
Envolvido com corruptos
Ninguém perdeu a memória.
Ficou sujo para sempre
Marcado está na história.

Seu cabra ensine pra gente
Como faz crescer o bolo.
Morremos de trabalhar
Da casa nenhum tijolo.
Minha casa Minha vida
Não tem lugar para tolo.

A luta por moradia
É batalha para o pobre.
Na palhoça de Palocci
Tem mansão em bairro nobre.
Toda quitada e os valores
É pra quem tem muito cobre.

Não dar pra ficar olhando
Essa coisa imoral,
Que o sigilo bancário
Da empresa ou pessoal.
Para o povo seja aberto
Como também o fiscal.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Cordel Bullying: uma tortura social



O Cordel Bullying: uma tortura social


De ponta a ponta no mundo
Chove o conflito e a guerra.
A ira, o ódio, o massacre
Irrigam, com sangue, a terra
E a quem se devia amar
Em tanta briga se enterra.

O homem, pela ganância,
Escraviza, prende e mata.
Explora o suor alheio,
Espanca, suga e maltrata,
Querendo que a riqueza
Seja só do magnata.

A onda de preconceito,
Que traz no berço o racismo,
Faz girar por todo o mundo
O mal do xenofobismo,
Espalha a homofobia
E dissemina o machismo.

Esses males sociais
Cruéis, avassaladores,
Pulam o muro da escola
Com seus grilhões opressores.
Fomentam o bullying, criando
Efeitos arrasadores.

Por meio deste cordel
Chamamos sua atenção
Para debater o bullying,
Um violento vilão,
Cujas feridas abertas
São as lavas de um vulcão.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

CORDEL:O CAOS NA SAÚDE PÚBLICA



O CAOS NA SAÚDE PÚBLICA
Por Nando Poeta

Deveria ser normal
Se ter direito a saúde.
E toda a sociedade
Na sua magnitude.
Pudesse com igualdade
Alcançar a plenitude.

Mas a viril crueldade
Dos homens desse sistema.
Explora e segue esmagando
Causando grande problema.
Exclui o direito a vida
Com desigualdade extrema.

Na saúde elitizada
Se cura quem tem dinheiro.
Quem não tem as condições
Doença espalha ligeiro.
O rico com mais recursos
Se manda pro estrangeiro.

O pobre sujeito a tudo
Se trata em hospital.
Lotado, sem funcionários
Sem leito, passando mal.
Agrava a enfermidade
Chega a fase terminal.

A saúde no país
Vive num fogo cruzado.
Com a falta de recursos
Pra piorar, o Estado.
Quer doar o setor público
Ao rico setor privado.

O SUS quando veio a vida
Já trouxe muitos defeitos.
Não foi totalmente público
Com privado faz seus pleitos.
Recursos mal definidos
Que limitam os direitos.

O SUS não foi muito claro
Desde o seu nascimento.
Muito pouco destinou-se
Quanto ao financiamento.
Reservaram mixaria
Das verbas do orçamento.

Sempre muito ameaçado
Em cima da corda bamba.
Sujeito as traquinagens
A verba veloz descamba.
Termina tudo na pizza
Em nosso país do samba.

O SUS - o Sistema Único
De Saúde no Brasil.
Foi uma grande conquista
Nas lutas teve o perfil.
De um direito de todos
Contra um Estado hostil.

Hoje está definhando
Pouco a pouco destruído.
Os recursos da nação
Pelo poder corrompido.
Todo o financiamento
Pelo burguês engolido.

A saúde no Brasil
De cama, muito doente.
Na UTI internada
Num leito bem decadente.
Está em coma gravíssimo
Desse sistema carente.

Na vida hospitalar
Ausência de quase tudo.
Da gaze ao simples remédio
Do grosso ao mais miúdo.
Infecções de doenças
Pra defender falta escudo.

Não se tem equipamento
De higiene e segurança.
Deixa o funcionário
Na total insegurança.
A situação precária
Se leva a fazer lambança.

Os leitos hospitalares
Já estão superlotados.
Improvisam em corredores
Doentes amontoados.
Como se fossem produtos
Que não serão mais usados.

A saúde quer socorro
Denuncia o usuário.
A falta de esparadrapo
Já é costume diário.
A luva sumiu das mãos
Ver-se no noticiário.

O caos na saúde pública
Leva o sucateamento.
Usuário peregrina
Atrás do atendimento.
Enfrentando grandes filas
Piorando o sofrimento.

A condição de trabalho
É geralmente precária.
Serviço terceirizado
Gorjeta embrionária.
Contratação flexível
Uma longa carga horária.

E nessa situação
É imensa a gravidade.
Entra e sai os governos
Só fazem calamidade.
Prometem mundos e fundos
Mas é tudo falsidade.

As fundações estatais
É de direito privado.
O “OS” dos tucanos
O PT tem copiado.
Por isso querem vender
A saúde do Estado.

Não podemos encarar
Como uma mercadoria
Por ser a saúde pública
Da vida a primeira guia
Portanto privatizá-la
É grande patifaria.

O direito à saúde
Deve ser universal.
Um claro dever do Estado
E demais essencial.
A negação desse acesso
Se torna um crime letal.

Saúde sendo estatal
Gratuita e de qualidade.
Deve-se mudar os rumos
Dessa precariedade.
E para um SUS social
Contra a lucratividade.

O acesso universal
A todo medicamento.
Que o direito ao aborto
Tenha o seu tratamento.
E a quebra de patente
Seja sempre seu intento.

Do PIB o mínimo queremos
Seis por cento do total.
Para a saúde tornar-se
Saudável, sem nenhum mal.
Sendo um principio básico
De um direito social.

Que se faça investimento
Maciço na prevenção.
Um ponto fundamental
Em qualquer educação.
De se combater doenças
Com muita antecipação.

Para conquistar um SUS
Cem por cento estatal.
Precisa os trabalhadores
Usuários no geral
Organizar-se e lutarem
Pela saúde ideal.

De qualidade e pra todos
Com acesso a todo mundo
Que todo o atendimento
Seja feito num segundo.
Tirando a saúde pública
Desse coma tão profundo.

Sabemos que um sistema
De saúde democrático
Não pode ser garantido
Pelo um poder tão apático.
Por isso mobilizar
É ponto bem programático.

É possível exigir
Mais verba para a saúde,
Que com o dinheiro público
Se tenha logo atitude
De investir o necessário
Pra que o sistema mude.

Você tenha a consciência
Que na vida uma conquista.
É fruto de muita luta
Onde o povo é avalista.
Para o sonho se tornar
A realidade a vista.

Nosso Grupo de Trabalho(GT)
Aceitou o desafio
De organizar a luta
Pelo um SUS de maior brio
Pra que a saúde pública
Não fique só pelo um fio.

A CSP-CONLUTAS
Assumiu o compromisso.
De lutar pela saúde
Contra um governo omisso.
Construindo a resistência
Contra o poder submisso.