terça-feira, 20 de julho de 2010

LUTAR NÃO É CRIME

Por Nando Poeta

É um artigo de luxo
A morada no Brasil.
A grande massa do povo
Sem ter casa é seu perfil.
Morando em ponte, na rua
O teto é o céu anil.

Milhares de sem emprego
Não tem casa pra morar.
Pagar aluguel é sonho
Se faz, vai endividar.
Em seguida vai expulso
Não tem lugar pra ficar.

Num país em que alguns têm
Palácios pra moradia.
Mansões, casa com jardins
Vivendo na mordomia.
AP com a cobertura
Habita a minoria.

Enquanto que a maioria
Tem viver penalizado.
Constrói as casas e os prédios
Não tem um metro quadrado.
Em barracos, a céu aberto
Vivendo “descobertado”.

Se lutar pela morada
Não é se cometer crime.
É ter solidariedade
Dar um basta a quem lhe oprime.
Ter um local pra morar
É um direito sublime.

Portanto quem luta muito
Pra alguém ter o seu teto.
Não pode ser incriminado
Por querer o bem seleto.
Ter direito a moradia
Pra o viver ficar completo.

Lutar por qualquer direito
Devemos ser defensor.
Pois quem constrói a riqueza
É gente que tem valor.
Um país é edificado
Por nosso trabalhador.

Hoje é caso de policia
Lutar pela moradia.
Responde processo, prende
Quem tem muita ousadia.
Criminalizar a luta
Faz governo e burguesia.

Nesse país tão gigante,
Juntar todos explorados.
Morando em vilas, cortiços
E todos desempregados.
Movimentos populares
Unidos, organizados.

Trilhando na caminhada
Pela absolvição.
De Gegê, um caminheiro
De muita dedicação.
Um lutador social
Fiel a população.

Meu canto é de liberdade
Me somo nessa campanha.
Já sei que”Lutar não é crime”
Mas num país de barganha.
Se trata quem vai a luta
Tirando o couro e a banha.

Companheiro, companheira
Vamos trilhar nessa luta.
Gegê livre pra lutar
Do lado de quem labuta.
Por sua absolvição
Jurado vê se escuta.



FIQUE DE OLHO NAS ELEIÇÕES

Por igualdade na eleição.

Por Nando Poeta

Jornais e televisão
Eliminam candidatos.
A globo e bandeirantes
Escolheram seus mandatos.
Nos debates da TV
Pra elite dá outros tratos.

A campanha é muito injusta
Favorece na disputa.
Os candidatos de empresas
E veta quem tá na luta.
A desigualdade é grande
TSE não escuta.

As centenas de reais
É gasto na eleição.
Um processo viciado
Imposto pelo patrão.
Democracia é pro rico
Que tem o seu mensalão.

Nove foram os registros
Pro cargo de presidente.
Por que é que a TV?
Esconde pra toda gente.
Nos debates e nos jornais
Pra população só mente.

E a justiça eleitoral
Que continua calada.
Se a eleição é limpa
E tão democratizada.
Por que é que os outros seis
Fica sem tá na bancada.

Apenas três candidatos
Tem acesso toda hora.
Diante de nossos olhos
Promove sem a demora
Antes mesmo da eleição
Já joga o resto lá fora.

Todo programa gratuito
Já traz a desigualdade.
Quando o tempo de TV
Já faz a disparidade.
Tem tempo maior pra uns
Sem nenhuma igualdade.

Divulgar os candidatos
É básico pra eleição.
Se o processo é democrático
Mostre pra população.
Todas as candidaturas
Sem nenhuma exclusão.

Quero que o nosso Brasil
No processo eleitoral.
Garanta já o direito
Que pra todo seja igual.
Que todos os candidatos
Vá pra TV e jornal.

Conclamamos todo povo,
A fazer a exigência.
Que TV, radio e jornais
Não tenha a preferência.
De mostrar unicamente
Candidatos da agência.


Por Nando Poeta
Eleição

Vai começar a eleição
Cuidado caro eleitor.
Promessas são feitas a rodo
Por político enganador.
Ta cheio de picaretas
Nesse circo voador.

A prática de comprar voto
É herança muita antiga.
No tempo do coronel
Era muito grande a briga.
O voto era de cabresto
Votava fazendo figa.

A moeda é vale tudo
Carteira de motorista
Dentaduras, caixa-d’agua,
Cesta básica, show de artista,
Dinheiro vivo na mão,
Bolsa família à vista.

No tempo de hoje em dia,
A compra do voto é feita.
De forma sofisticada
Aprovada em lei perfeita.
Empresa doa dinheiro
Pra depois fazer colheita.

O partido que aceita
A verba da patronal.
Vai ficar com rabo preso
Do patrão ser serviçal.
Cuidado pra não errar
Pisar no “voto” é fatal.

Procure ver as propostas
Dos candidatos, partidos.
Não vote em patrões, pelegos
Numa corja de bandidos.
Pelo Brasil socialista
Direitos são protegidos.



Nesta quarta-feira, 28 de julho de 2010 ocorreu o ato contra a ocupação do Haiti em São Paulo.

TIREM AS TROPAS DO HAITI
Por Nando Poeta


Bohio, Quisqueya, Ayiti
Já fora o nome da ilha
Habitada pelos índios
Uma linda maravilha
Invasores espanhóis,
Sua riqueza empilha.

Com extermínio de índio
Tragam os negros robustos
Falou Las Casas, um padre,
Não importam os seus custos
Quinze mil vieram logo
Da África, passando sustos.

O Haiti significa
Uma terra montanhosa
Vivendo da agricultura,
Mas a fome é vergonhosa
Uma região sofrida
Onde a morte é perigosa.

País que foi no passado
Uma Colônia francesa
Produtora do açúcar
Que pro povo falta à mesa
Muito rica por um lado,
Do outro muita pobreza.

E se tornou o país
Mas pobre do hemisfério
Sempre sendo beliscado
Por fera do grande império
Um povo que não se rende
Que luta sem ter mistério.

Cidade mais populosa
Porto Príncipe capital
O francês e o crioulo
É a língua oficial
Vinte e sete mil quilômetro
Tem a sua área total.

No Tratado de Ryswick
Repartiram a região
Entre a Espanha e a França
Um pedaço em cada mão
Fatiando assim o bolo
Pra manter dominação.

Sem piedade ocuparam
Roubando sua riqueza
Mata, destrói plantações
Deixa o povo na pobreza
Enviando pra Europa
Engordando a nobreza.

O Mackandal, um escravo
A frente de uma guerrilha
Foi condenado a fogueira
Queimado foi nessa ilha
Mas sua semente boa
Voltou a fazer partilha.

A luta por liberdade
Napoleão Bonaparte
Tentou impedir o sonho
Que na vida já é parte
Mandou matar Toussainte
Um símbolo, um baluarte.

Um líder que afirmou:
Quando “Derrubaram a mim
Não abateram o tronco
Da árvore” que não tem fim
A liberdade do negro
Lutando será assim.

Em seguida independente,
Aboliu a escravidão
Foi o primeiro da América
A gritar libertação
Cativos se levantaram
Fizeram a rebelião.

Espalhou por toda América
O sonho de liberdade
Ajudou Simon Bolívar
Combater barbaridade
Da colônia, escravidão
Que manchou a humanidade.

Dessalines e o campo
Lutam contra a opressão
Repartir as terras todas
Para ter direito ao pão
Esse era o pensamento
De quem quis libertação.

Nas guerras de independência
Mulheres foram à batalha
Catherine Flon, Latoya
Guerreiras contra a canalha
Escrava que se liberta
Na revolução trabalha.

A bandeira haitiana
Catherine Flon costura
O azul e o vermelho
Simboliza a mistura
Os negros e os “mulatos”
Do país é arquitetura.

Latoya era domestica
Escrava do seu senhor
Nas casas desses colonos
Sofriam o maior terror
Envenenavam as comidas
Pra fugirem do clamor.

O dinheiro do haitiano
Saiu,pois para ajudar
Os latino-americanos
Que queriam desgarrar
Da presa colonial
Que vivia a explorar.

Generais ambiciosos
Do lado do rico ficam
E muitos traíram os pobres
Assim eles justificam
As vidas dos libertados,
Mas uma vez se complicam.

Oprime quem fez a luta
Nessa terra independente
E passando a reprimir
Com armas e ferozmente
Condenando o haitiano
Destruir sua semente.

Já durante o século vinte
Foram os Estados Unidos
Usurpando a autonomia
Direitos sendo contidos
Resistência não faltou
Aos invasores bandidos.

No fim da segunda guerra
Todo o mundo em reboliço
A Revolta no Haiti
Cai Lescot, o mestiço,
O negro Dumarsais
Promete mostrar serviço.

Tem período da história
Que tem golpe de estado
O terror Duvalier (1957-86)
Não é coisa do passado
Com as tropas da “mãe” ONU
Segue sendo saqueado.

O Papa Doc, um médico
Eleito foi presidente
Inaugurou no Haiti
Uma ditadura ardente
Um mandato vitalício
Prejudicou muita gente.

Quando morreu Papa Doc
O Baby Doc, seu filho
Continua a ditadura
Do pai segue o mesmo trilho
Um governo sanguinário
Que do povo tira o brilho.

O terror do Doc cai
As ruas massas tomando
Chega a Frente Popular
Novo regime se armando
Um padre com força assume
Do Haiti seu comando.

Jean-Bertrand Aristide
Por golpe foi derrubado (2004)
Junto ao FMI
Por onde foi tutelado
O plano neoliberal
Por ele foi implantado.

E os Estados Unidos
Decidiram derrubar
O governo de Aristide
Que não mais ia apoiar
A tropa americana
Invadiu, foi ocupar.

O Canadá e a França
Também enviaram tropa
O povo não aceitando
Cortou o mal pela copa
As nações sem conseguirem
Perguntou se o Brasil topa?

O Brasil de Lula disse:
Estou disposto ajudar
A seleção brasileira
No Haiti vai jogar
E o povo hospitaleiro
Vai nossa tropa aceitar.

E os serviçais governos:
Argentina e Uruguai
Junto ao Peru e Chile
Bolívia e o Paraguai
Guatemala e Equador
Na rua com arma sai.

Outros países perversos
Turquia, Benim, Portugal
Complementando esse time
Jordânia, Chade e Nepal
Comandando essas tropas
O Brasil é o general.

Minustah é uma força
Militar de ocupação
Que diz: trazer ao povo
Toda estabilização
Reunindo esses países
Pra ONU é a missão.

Presentes no Haiti
Organiza uma ofensiva
Contra o povo haitiano
Que não tem perspectiva
De viver independente
Nessa ocupação nociva.

Convocando a eleição
René Preval foi eleito
O ianque americano
Não engole tal direito
Não querendo aceitar
O resultado do pleito.

Não demorou muito tempo
Pra Preval ter confiança
Agora pra todo império
Ele é a esperança
Somou-se aos invasores
ONU dando segurança.

As tropas da Minustah
Tendo a frente à brasileira
Mortes diárias e tiros
Nessa invasão estrangeira
Ferem a soberania
Nessa ação desordeira.

A ação da Minustah
É de muita violência
Atira matando gente
Mostrando incompetência.
Mulheres são estupradas
Com a maior virulência.

O direito lá na ilha
É bastante violado
Econômico e social
Cultural fica de lado
Saúde e educação
Não oferece o Estado.

O haitiano enfrenta
Ocupação militar
Nas ruas pulando lutam
Podemos aqui citar:
O salário e moradia
Quer-se muito conquistar.

Antes que o cuspe seque
Lula enviou os soldados
De início foram aceitos
E sinceramente amados
Mas com o passar do tempo
Passaram a ser odiados.

Os soldados pelas ruas
Recebem o povo à bala
A revolta foi crescendo
E muita gente não cala
A matança é muito grande
Enterrados são na vala.

O povo haitiano sofre
Os saques e os embargos
As invasões estrangeiras
Que são momentos amargos
Sugaram as suas riquezas
Enchendo seus buchos largos.

O Haiti, golpeado
Por Jeanne um furacão
Mortes e muitos estragos
Castigaram essa nação
As cidades arrasadas
Por não ter a proteção.

A fome é tão feroz
Biscoito feito de terra
Na ceia do haitiano
O bucho é oco e berra
Um povo que sofre muito
A vida inteira se ferra.

As tropas supostamente
Trazem paz para o seu povo
Mas em toda ocupação
Não chega nada de novo
Só repete o b-a-bá
É peixe caindo em covo.

Um país submergido
Ao puro empobrecimento
Ditadura, ocupação
É parte de seu tormento
Ao longo de sua história
Tem sido esse sofrimento.

Os tanques da Minustah
Comandado pelo Lula
Vai juntando pela rua
Fome, morte que acumula
A política para o Haiti
Esse governo regula.

A polícia e Minustah
Faz a prisão clandestina
Sequestra quem tá na rua
Usa de prática assassina
Criminalizando a luta
Com muita carnificina.

Sobre uma chuva de bala
Dispersa uma multidão
Estudante, muita gente
Sofre forte repressão
Não querem que vá a rua
Fazer manifestação.

A miséria no Haiti
Ela não veio do nada
Era a “Pérola das Antilhas”
Hoje é conto de fada
Sugaram riqueza e sangue
Desse povo camarada.

A vida de um haitiano
É de grande exploração
A tonelada de cana
Extraiu da plantação
Quinze horas de trabalho
Deixando calo na mão.

Empresas tão vindo atrás
De mão-de-obra abundante
Explorando o haitiano
Sendo essa a resultante
Implantam maquiladoras
Com a força de um gigante.

A Levi’s fabrica jeans
Ganhando rios de dinheiro
Nas costas das costureiras
O tiro é sempre certeiro
No país a mais-valia
Engole-se por inteiro.

A jornada no Haiti
São doze horas por dia
Oitenta e três ao mês (real)
Vivem em plena agonia
O trabalho é tão barato
Parece até cortesia.

Sem emprego no país
Não se tem corte de cana
Migrando a outra República
Agora a Dominicana
Transforma-se em escravo
Pra viver só com banana.

Um país que deveria
Ser auto-suficiente
Produzindo cereais
Por ter solo competente
Invasão de território
É coisa muito frequente.

Lula quer assento no
Conselho de Segurança
Invadindo o Haiti
A ONU dar esperança
As tropas de ocupação
No lugar de USA e França.

O mar, a terra e o céu
Da USA tem proteção
As suas Forças Armadas
Garantem a dominação
E todo povo haitiano
Clama por libertação.

As tropas da Minustah
Pela ONU organizada
Bush, o senhor da guerra
Tá certo ser enviada
O Barack Obama disse:
Por mim vai ser preservada.

Lula e seus comandados
Não foram ao Haiti
Por razão humanitária
Pensava o povo daqui
O Brasil do futebol
Tem outro interesse aí.

Sessenta mil por soldados(reais)
Governo faz esse gasto
Lula já são cinco anos
Que tem deixado esse rasto
Noventa milhões ao ano
Pra manter do rico o pasto.

Basta de ocupação
Econômica e militar
Pois um Haiti liberto
Lutemos pra conquistar
Retirar as tropas agora
É sinal pra caminhar.

Fazemos grande chamado
Ao povo de todo mundo
A ONU mente que ajuda
Na verdade leva ao fundo.
Com a invasão das tropas
O ataque é mais profundo.

Fora as tropas estrangeiras
Deixe livre o território
O destino do Haiti
Não decide no escritório
Dessa ONU que impõe
Um sistema exploratório.

Obama que fala muito
Que chamou Lula de “o cara”
Os oprimidos do mundo
Nas costas apanham de vara
Resistir lutando muito
É como a opressão para.

Não pode ser prisioneiro
Do jugo imperialista
Atende ao pedido deles
Botando o Brasil na lista
De feitores dessas guerras
Na mão do capitalista.

Exigimos do Brasil
A saída imediata
Da tropa que é brasileira
Hoje que no Haiti mata
Lula não é um favor
Decida e pro bem acata.

Conclamamos que o povo
Se junte a essa campanha
“Fora as tropas brasileiras”
É ajuda muito estranha
Queremos que o Brasil
Abandone essa façanha.



Na Feira de São Cristóvão
Lá no Rio de Janeiro.
No Forró de pé de serra
Um arrasta pé maneiro
Rosi e eu fomos escolhidos
Chegamos a ser primeiro.

A feira é um pedacinho
De todo nosso nordeste
Comer as comidas típicas
Fizemos o nosso teste
Passear, entrar nas lojas
No céu o azul-celeste.


EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA


A escola é o local
Que mantém uma função
De aparelho ideológico,
Propagando a transmissão
De ideias dominantes
Pro povo a submissão.

Queremos uma escola
Que seja libertadora,
Onde igreja no Estado
Nunca seja a mentora,
Virá com revolução
Que será sua gestora.

Para melhor qualidade
Do ensino brasileiro,
A questão prioritária
Seria investir primeiro
Bem mais verbas na escola
Pra ter o ensino inteiro.

O Estado dá o mínimo
Pra saúde e educação,
O serviço essencial
Nega-se a população.
O ensino público marcha
Para a privatização.

A situação da escola
É de um grande desmonte,
Mestres desvalorizados,
Um mal que está na fonte,
Biblioteca sem livro
Aluno na sala, um monte!

Terceirizam os serviços,
Escola é sucateada,
Transferência de recursos
Pra toda a rede privada,
Uma educação precária
Péssima e desfigurada.

Descaso de governantes
Que não investem na rede,
Comunidade escolar
De ensino tem é sede,
Investir na educação
Em vez de pintar parede.

O ensino no Brasil
Tem é alta repetência,
Da baixa escolaridade
O governo tem ciência,
Evasão muito crescente,
Fruto da incompetência.

Da creche à graduação
Investimento precário,
Toda educação que é pública
No abandono diário,
Financiamento público
Tem que sair do armário.

Considerada a pior
Educação brasileira,
Até pra ler e escrever
Encontra-se na rabeira,
Sem investir no ensino
Sempre será derradeira.

O sistema é bem perverso,
Recheado de exclusão,
Salas são superlotadas,
Não se aprende a lição,
Sem a infraestrutura
Não tem menor condição.

O caos na educação
Imposta por governante,
Destruição da escola
Sem vaga para estudante,
A qualidade do ensino
Encontra-se degradante.

Governos são truculentos
Rivais da educação,
Repassam todas as verbas
Pra boca do tubarão;
Ensino privatizado
Pro poder é solução.

Sistema educacional,
Básica e superior,
Com o baixo investimento,
O ensino é inferior.
Quem vive de lecionar
Tem perdido seu valor.

Os sucessivos governos
Negam aumento real.
Arrochando os salários
De forma fenomenal;
Prejudicam aposentados,
Com baixa salarial.

O salário não aumenta,
Porém é tripla a jornada.
Os professores doentes,
Carreira na encruzilhada.
Abandono do oficio
Na escola desmontada.

Professores são as vítimas
Da violência escolar,
O seu trabalho docente
Não tem como praticar,
Violência e agressão
São matérias pra estudar.

Colapso lá no ensino
É culpa dos professores?
Propagandeiam na mídia
Governantes impostores,
Desmantelar toda a rede
É política dos gestores.

Professor e funcionário
Com salários aviltantes,
As jornadas de trabalho
Longas e extenuantes,
Distorções e injustiças
Na vida dos caminhantes.

Queremos nossa jornada
Vinte horas semanais.
Só vinte e cinco por sala
Está bom até demais.
Garantia no trabalho
E desemprego jamais.

O ensino público é,
Laico e de qualidade.
Professor valorizado,
Irrestrita liberdade,
Emprego será pra todos
Tendo estabilidade.

Aprovação de um piso
De salário unificado,
Pra professores da rede
Municipal, do Estado,
Aguardam a grande promessa
De ter direito implantado.

Pra cumprir a nova lei,
Afirmam não ter dinheiro;
Revogar qualquer direito
Atrasará o ponteiro,
Investir na educação
Será ato derradeiro.

O valor desse salário
Já é muito rebaixado:
As quarentas semanais (40 horas)
Foi por Lula aprovado.
Desrespeita educador
Com seu salário minguado.

O piso quando for pago
Terá forma de migalha;
Trabalhador do ensino,
Promessa é fogo de palha;
Continuar nessa luta
É nossa grande batalha.

Pra garantir esse piso,
MEC se faz de rogado:
Não dispôs de mais recursos
Pra ter direito implantado,
Organizar a carreira
Do docente abandonado.

O piso do DIEESE,
Vinte horas pra jornada,
Terá tempo o professor
Pra aula ser preparada:
Educador é formado
Por condição adequada.

Avaliar desempenho
É forma subjetiva;
Exigir de professor
Ter uma iniciativa,
Com a produtividade,
É prática bem abusiva.

Nunca será coletiva
Quando avalia o gestor,
Fica a coisa vulnerável
Na mão de um ditador,
Esse tal de desempenho
Penaliza o professor.

O plano de educação
Por Lula organizado,
Medidas do PDE
E ensino aligeirado.
Governo pondo à venda
Como fruta no mercado.

Todas as contra-reformas
Na área educacional:
A tal privatização
Do ensino estatal,
Foi tudo bem planejado
Pelo Banco Mundial.

Na Europa e na África,
Ásia e América Latina,
A educação, que é pública,
Seguindo sempre a rotina
Escolas deterioradas,
Transformadas em ruína.

Por esse mundo afora
Políticas educativas,
Desde o Plano Decenal,
As metas são evasivas
Ganhar soma de dinheiro
Com metas repetitivas.

Limitações financeiras
A UNESCO recomenda;
Regulação do ensino
Governo aprova emenda:
Educação à distância —
Querem que o povo aprenda!

Tudo querem avaliar,
Desde o gestor ao docente.
Agora pra o governante
Fecha os olhos, conivente,
Desastre nos resultados
E o governo é repetente.

Os custos na educação
Passa pra comunidade;
Sai da tutela do Estado
A responsabilidade,
Transforma em mercadoria
E tem rentabilidade.

Querem um novo modelo
Para a nossa educação,
Que atenda a indústria
Que apoia a produção,
Convertendo nosso ensino
Em produto como o pão.

Banco Mundial e BID,
Com seu grande objetivo,
Avança privatizando
Ensino decorativo;
Um serviço a ser vendido
Em mais um paliativo.

É pública a educação,
Gratuita e obrigatória,
Pré-escola, faculdade,
Deve ser a trajetória —
Se virar mercadoria,
É voltar à palmatória!

Pra o mundo foram traçadas,
Pelo Banco Mundial,
Políticas para o ensino
Em metas no decenal,
Tudo isso como parte
Do plano neoliberal.

O projeto do governo
“Todos pela educação”,
Escola virar empresa
Com meta, aceleração,
Ensino é mercadoria
Vendida no mercadão.

Lula hoje ratifica,
Defendendo em sua essência,
Medidas neoliberais
Que têm pura preferência
Nas políticas do governo
Usando sua influência.

E dentro desse projeto
Mergulham alguns professores,
Ficando embriagados
Com políticas de gestores,
Muitos deles se propondo
Dos planos serem atores.

Na rede educacional,
Professores do Brasil,
Categoria que é grande,
Que tem sofrido a mil,
Suscetíveis a doença
Que não tem sido gentil.

Aumentando seu trabalho,
Mestre já fica doente;
Depressão e nervosismo
São doenças já da mente,
Cansaço e ansiedade
Aparecem de repente.

Com o problema de voz
É por demais preocupante,
Salas de aulas são cheias
O mestre fica irritante,
A condição de trabalho
Vai ficando degradante.

São variados distúrbios
Que afetam a categoria:
Trabalho tão estressante,
Presente no dia-a-dia,
Traz danos pra saúde,
Quem educa, na agonia.

Os problemas de saúde
São típicos da profissão:
Doenças de todo tipo
Que chamam muita atenção,
Tem crescido nessa classe
A famosa depressão.

Professores, professoras,
A qualidade de vida
Valoriza a nossa classe
Numa posição devida.
A condição de trabalho
Hoje é uma ferida...

Trabalhadores do ensino,
Os pais e a juventude,
Mobilizem permanente
Busquem ter uma atitude.
Socialismo é a trilha
Unido, avançando, mude!

No Brasil a nossa escola
Aprova aceleração
Numa falsa educação
Distribui a bolsa esmola
Os governos não dão bola
Professores são mal pagos
O povo sofre os estragos
Enquanto rico só ganha
Todo ensino só apanha
As letras sem os afagos.

BIOGRAFIA

MANOEL E CLEONICE: UMA LIÇÃO DE VIDA

MANOEL E CLEONICE: UMA LIÇÃO DE VIDA
Por Nando Poeta


Estado da Paraíba
Encontraram-se um dia
Manoel e Cleonice,
Um amor se blindaria
Viraram lição de vida
Compondo uma melodia.

Cidade de João Pessoa
Na formosa capital
Começa um grande amor
O olhar foi o sinal
Manoel interessado
Na jovem tão genial.

Ele vem de Guarabira,
Perde os pais quando criança,
Mãe Antônia, pai José,
Deles tem pouca lembrança
Mas o pouco que restou;
Deu-lhe uma forte sustança.

Filho único, filho órfão
Cria Mãenana, avó
Trabalho logo na vida
Limpando mato e cipó
Não frequentou a escola
Esse foi seu grande nó.

Menino, rapaz e homem
Aprendeu na sua vida
Que se tem que batalhar
Para ter sua guarida.
Ganhou logo cedo o mundo
Pelo pão caiu na lida.

Chegando a João Pessoa,
João Belo vai lhe adota,
Trabalho, casa, e comida,
Em troca recebe a nota
Bancando o jogo de bicho
Uma parte era sua cota.

Cléo é filha exemplar
De Julita e seu Vicente
A quarta de onze filhos
Trabalhou sempre contente
No atelier de Adélia
Onde se sentia gente.

Pequena, trabalhadeira,
Ganhava já seu trocado.
Cléo sempre obediente,
Ajuda em casa o mercado
Com os seus irmãos pequenos
Tinha um maior cuidado.

Foi noiva de um Evonio
O rapaz não lhe atraiu
Mas sempre contente e rindo
Um outro rapaz surgiu
Manoel entrou na vida,
Daí novo amor floriu.

Os pais não quiseram muito
Esse novo namorado
O início foi difícil
Barreiras pra todo lado
Mas na trilha estava escrito
Que era um casal gamado.

Fizeram de tudo mesmo
De longe às vezes se viam
Quando se aproximavam
Energia eles sentiam
Um toque na mão ou beijo
No desejo ficariam.

Nossa Senhora das Neves,
Padroeira da cidade.
Era nessa grande festa
Que os dois com liberdade
De mãos dadas passeavam
Com muita felicidade.

Quando o passeio termina
Cada um para o seu canto
Durante toda a semana
A saudade bate tanto
Que a vontade de se ver
Às vezes causava pranto.

Na igreja em Jaguaribe
No dia dos namorados
Manuel e Cleonice
Os dois rezam seus tratados
Com fé em Nossa Senhora
Do Rosário, abençoados.

Em cinquenta foi o ano (1950)
Que nasceu esse namoro,
Cinco anos escondidos,
Se pegassem iam pro coro,
Seu Vicente muito rígido
Já deixava a Cléo no choro!

Depois de uns cinco anos
Foram dois mais de noivados
Agora o compromisso
Era o de ficar casados
Dona Julita e Vicente
Ficaram tranquilizados.

Manoel pela família
Passou a ser bem aceito
Um homem trabalhador
Era bom e de respeito
Fazia qualquer ofício
Com resultado perfeito.

Em vinte e seis de outubro
Do ano cinquenta e sete.
Teve casório marcado
O arroz foi o confete
Celebrado na igreja
Entre os dois o “Sim” repete.

Vão morar no Alecrim
Um bairro lá de Natal
Na Empresa Xavier
De ônibus foi o fiscal
Mas logo essa empresa
Deixou essa capital.

Partem para Pernambuco,
Pra cidade de Goiana,
E nessa empresa de ônibus
Manoel recebe a grana
De Recife a São Paulo
O trajeto foi sacana.

O ônibus fica quebrado
E Manuel de aventura
Em São Paulo sem dinheiro
Na rua da amargura
Chaveta não manda grana
Não tem pão, nem rapadura.

Cléo com a sua filhinha,
Com um ano ou mais de vida,
Chamada de Mauricléia
É filha muito querida
Distante de Manoel
Passou a ficar sentida.

Quando chega da viagem
Manoel é despedido
Passando dificuldades
Se sente muito ofendido
Ao primo de Cleonice,
Ficou muito agradecido.

Manoel e Cleonice
De volta para Natal
Na Vila Marcilio Dias
Escolhe esse o local
De novo no Alecrim
Perto da Vila Naval.

Arranjou logo um emprego
Na nova Universidade
Funcionário Federal
Teve estabilidade
O salário era pequeno
Mais lhe deu tranquilidade.

E Cléo dobrou a jornada,
Trabalha de costureira.
E na renda faz somar
Ajudar sempre na feira
Tomando conta de casa
Não bate nunca canseira.

Teve duas gravidezes
Que não tiveram sucesso
Mas logo na sua quarta
Fernandinho vem de expresso
Cleinha ganha o irmão
Era gordinho, confesso.

Com onze meses depois
Nasceu o filho Vicente
Em homenagem ao avô
Que logo ficou ciente
Passando alegrar a casa
Deixando o lar bem contente.

Cinco anos vem mais tarde
A chegada de Tadeu
Chamado de Tadeuzinho
Um irmão novo nasceu
Agora forma um quarteto
E a família cresceu.

Assim formada a família
Cleonice e Manoel
Trabalhou de dia à noite
Cumprindo forte papel
Educando filha e filhos
Para a vida ser fiel.

E a Cléo em sua máquina
Produziu muita costura
O seu grande objetivo
Preparar vida futura
Preocupada que os filhos
Consiga maior fartura.

E de sábado ao domingo
Na noite faz o serão
Fantasia do Rei Momo
Carnaval, animação
Chegava o meio do ano
Era festa de São João.

Na Vila Marcilio Dias
Tinha fogos e fogueiras
Pamonha e muita canjica
Na rua muitas bandeiras
Crianças soltando traque
Faz parte das brincadeiras.

Passear era comum
No domingo até na praça
Ir à praia da Redinha
De lancha ou de barcaça
É programa da família
Com custo quase de graça.

O ganho nosso era pouco
Aluguel de Artuzinho
Em setenta e nove veio (1979)
Um lugar, pra nosso ninho
Saímos do Alecrim
Deixando velho vizinho.

Celina que ainda hoje
Faz parte do coração
O seu neto que é Fagner
É nosso pequeno irmão
A nossa velha Vilinha
É boa recordação.

Saindo do aluguel
Que fica por vinte anos
O sonho se torna vivo
Realizam velhos planos
Foi pra Santa Catarina (1982)
Os pais e os quatro manos.

Foi aí onde a família
Espalha-se pra crescer
Surgiram os novos lares
Não fez desaparecer
Agora se soma aos netos
Fazendo foi florescer.

Cleonice e Manoel
Hoje tem netos e netas
São pilares da família
Que seguimos suas setas
São nossas lições de vida
Com objetivo e metas.

Seu time de neto e neta
Gabriel e a Gabriela
Vinicius, Juninho, Aninha
Emanuel, Emanuela
Maria, Renê, Fernanda
E Thaísa Rafaela.

E buscando a natureza,
Foi morar em Pitangui.
De mar puro e o ar fresco,
Igual não se tem ali
Manoel e Cleonice
É casa de colibri.

A casa na praia é,
Um lugar muito saudável
Sempre cabendo mais um
No coração formidável
Manuel e Cleonice
É um casal bem amável.

Aprendemos que na vida
Tudo o que é conquistado
Foi fruto do nosso esforço
Pelo suor foi banhado
Prega Cléo e Manuel
Por eles foi ensinado.

Não se tinha nada fácil
Mas unidos confiantes
Percebeu que a união
Tinha força de gigantes
E que juntos venceríamos
Se fôssemos perseverantes.

As pedras que vão surgindo
Pelo meio do caminho
É possível removê-las
Quando se tem o carinho
É o que nós percebemos
De filhinha e de filhinho.

Inda hoje relembramos,
De seu forte ensinamento.
Nas vidas que construímos
Buscamos o pensamento
Que filhinho e que filhinha
Plantou com o firmamento.

Temos a sorte na vida
Pelos pais maravilhosos
Presentes, compartilhando
Os momentos preciosos
Manoel e Cleonice
Deles somos orgulhosos.

Seus ensinamentos certos
Aprendemos com prazer
Trazemos em nossas vidas
No trabalho e no lazer
E hoje pra nossos filhos
Lecionamos tal dever.

Nem sempre na vida é,
Tudo uma perfeição
Temos os altos e baixos
Se tropeça vai ao chão
Mas vocês nos ensinaram
Não cair na perdição.

Essa é uma simples História
Mas grande lição de vida
Narrada nesse cordel
Pela família vivida
Manoel e Cleonice
É gente muito querida.

Parabéns ao casal
Por tamanha sensatez,
A esperança e a fé
Deram tanta a lucidez
E fez forte como rocha
O lindo amor de vocês!

MULHERES EM LUTA

Mulheres Em Luta
Por Nando Poeta

As cento e vinte e nove
Mulheres da tecelagem
Lutando por seus direitos
Mostrando muita coragem
Morreram carbonizadas,
Numa ação muito selvagem.

Foi no século dezenove
O ano cinqüenta e sete
Na famosa Nova York
A qual por dever compete
Pra todas essas mulheres
Com força jogar confete.

Mulheres em passeata
Queriam melhor salário
A greve fortalecida
Contra patrão salafrário
Reduzir sua jornada
Aumenta o tempo diário.

Reunidas lá na fábrica
Mulheres surpreendidas
Com a tranca dos portões
E de sair, proibidas,
A correria foi grande
Queimadas foram com vidas.

Operárias heroínas
São têxteis na produção
Sua luta continua
Pra ter direito ao pão
O seu exemplo de fibra
Faz crescer a união.

Mil novecentos e dez
No país da Dinamarca
Clara Zetkin propõe
Dia oito ter a marca
Da luta dessas mulheres
Pra não afundar a barca.

O dia oito de março
De muita denuncia e luta
Contra opressão e machismo
Emancipar quem labuta
Mulheres em movimento
O seu espaço disputa.

Com muita ação e coragem
A mulher sai para a rua
Denunciar, protestar
É bandeira minha e tua
Lutar por nossos direitos
E não ficar só na sua.

No dia internacional
De luta pela mulher
Hoje o movimento delas
Metendo dentro a colher
Nas políticas dos governos
Que mudança não quer!

Capitalismo utiliza
Da opressão e má fé
Explora através do sexo
Salário pago é chulé
Além da tripla jornada
Ainda dá pontapé.
.
Pois a força de trabalho
Teve a feminização
Praticamente a metade
É parte da produção
Mulheres, a sua força,
Sofre mais exploração.

No trabalho o salário
É pequeno que até some
Mesmo com igual função
É pagamento de fome
Mão-de-obra feminina
O capital já consome.

As mulheres engrossaram
O trabalho informal
Ganham menos que o homem
Quando a tarefa igual
Lutar por mesmo direito
Pra questão salarial.

Homens e mulheres têm
Trabalho de igual valor
No labor a sua força
Desprende o mesmo calor
Remunerar diferente
Divide o trabalhador.

Propaga-se pelo mundo
O fim da desigualdade
Entre os sexos opostos
Jura existir igualdade
Mas explorar, oprimir
Do capital é verdade.

O capital não criou
Machismo e opressão
Apenas lhe absorve
Lucrando para o patrão
Impondo a desigualdade
Faz surgir à exploração.

A mulher para o trabalho
Tem acesso desigual
A violência doméstica
E o assédio sexual
A pretensa igualdade
É farsa do capital.

Mulheres pobres e negras
Situação agravante
Salários mais rebaixados
De uma vida gritante
O machismo e o racismo,
No capital é marcante.

A realidade dela:
Opressão e violência
Pois tem a tripla jornada
Mostrando ter competência
Trabalho,filhos e casa,
Faz parte da penitência.

Maus tratos, ataques físicos,
Violência declarada
Pancadas, humilhações,
Calúnia, estupro e piada
Entre socos e pontapés
Assassinato e cantada.

As mulheres continuam
Mais vitimas da opressão
O machismo é o instrumento
Acentua exploração
Tratada como objeto
Igual na escravidão.

A opressão é tão grande
Que muitas sofrem caladas
A cada quatro minutos
Mulheres são espancadas
E nesse largo Brasil,
Milhares assassinadas.

Pra opressão e machismo
O combate é cotidiano
Bem como a homofobia
Destruir é nosso plano
O feminismo e classismo
Fortalecer sem engano.

A cada quinze segundos
Uma mulher espancada
Na violência mundana
Tem uma sendo estuprada
Saindo fora de casa
No trabalho, assediada.

Não basta só ser mulher
Na luta contra a opressão
Porque o capitalismo
Incentiva a divisão
A mulher trabalhadora
Vencerá com união.

Os homens e as mulheres
Buscam emancipação
E combater o tal machismo
É a grande solução
E pelo socialismo,
Avançarmos nessa ação.

A mulher em luta briga
Por emprego e moradia
Creches, saúde, salário
Respeito no dia-a-dia
Legalizar o aborto
Não é uma covardia.

Pois um milhão de abortos
São feitos nesse Brasil
De forma tão clandestina
Cento e cinqüenta mil
Morrem e deixam seqüelas
E um resultado hostil.

A violência à mulher
Terá que ter o seu fim
Legalizando o aborto
Pra mulher não é ruim
O direito assegurado
Terá vitória assim.

Legalizar o aborto
É pura necessidade
A quarta causa de morte
É grande a insanidade
E descriminalizá-lo,
Deve ser prioridade.

Pois mulher quando faz
Um aborto mais seguro
Não pode ser criminosa
Está prevendo o futuro
De que o direito a vida
Não é viver em apuro.

Criminalizar mulheres
Por exercer o direito
De decidir sobre o corpo
Com o que lhe diz respeito
O crime é do Estado
Que não responde esse feito.

Garante a vida à mulher
Aborto legal, seguro
Se for feito clandestino
A vida terá um furo
Direito a saúde pública
Estado saia do muro.

Mulheres vão decidir
Sua sexualidade
Intervir nesse direito
É fazer grande maldade
Pois é dever do Estado,
Serviço de qualidade.

A campanha da igreja
Do governo, da direita
É muito reacionária
Fazendo total desfeita
O “Brasil sem o aborto”
A mulher não se respeita.

Meio milhão de mulheres
No mundo a cada ano
A cada dia quinhentas
Morrem ensopando pano
Com aborto clandestino
Mulheres vão pelo cano.

Em clínicas bem luxuosas
Ricas têm a liberdade
Respaldo psicológico
Conforto e tranquilidade
Pra trabalhadora e pobre
Resta a mortalidade.

Libertar nossas mulheres
Da mera reprodução
A classe trabalhadora
Escrava da produção
Será sempre oprimida
Se não levantar do chão.

Lutar contra os governos
E o inimigo de classe
Que alimenta a violência
Vivendo nesse impasse
Mulheres independentes
Não darão a outra face.

Mulher Em Luta buscando
A sua libertação
Marchando bem resolvidas
Buscando mais proteção
Querem já os seus direitos
Pra ter emancipação.

Violência trabalhista
Sofremos diariamente
É física, psicológica
Afetando a nossa mente
Na política, economia,
O ataque é evidente.

Os maltratos e abusos
Do sistema é violento
Cuidar da casa e família
É o seu maior tormento
Mulheres mais rebeladas
É o fim do sofrimento.

Só do machismo existir
Já expressa decadência
De um sistema malvisto
E onde a incompetência
De uma moral machista
Ferindo sua existência.

Movimento de mulheres
Com forte apelo classista
Marchando Mundialmente
Sem ter cunho governista
Contra governos tiranos
Virá onda feminista.

Mulher Em Luta é força
É guerra contra a opressão
Reunindo as oprimidas
Contra toda exploração
E que toda a mudança
Nasce da revolução.

O feminismo burguês
Banhado de reformista
Não terá a conseqüência
De barrar onda machista
Faz parte do capital
Oprime a perder a vista.

Nessa luta feminista
Existem várias matizes
A proletária e burguesa
Têm diferentes raízes
Mulheres trabalhadoras
No classismo são felizes.

Deve as mulheres unir-se
Com o proletariado
E somar as suas forças,
Pra o homem lutar do lado,
Machismo divide a classe
E oprime o explorado.

Mulher Em todas as Lutas
Resistindo à opressão
A conquista de direitos
Sempre foi pela ação
Reduzir fruto da luta
É pura submissão.

Mulher Em Luta na frente
O movimento classista
Não abre mão de direitos
De bandeira feminista
Unidas num ideal
Em busca de mais conquista.

Em uma luta classista,
E o movimento florindo
Mulheres e muitos homens
Unidos vão resistindo
No combate ao machismo
Alternativa surgindo.

Resgatando a tradição
Da mulher trabalhadora
Buscar o socialismo
É ação libertadora
Destruindo a opressão
Abaixo lei repressora!

Nossas mulheres em luta
Em uma mesma fileira
O socialismo combate
Todo tipo de cegueira
A opressão secular
Terá uma morte ligeira.

Libertação das mulheres
Bane a submissão
Em movimento de luta
Nessa longa construção
Independência de classe
Em prol da revolução.

Nada mais justo que tenha,
A data comemorada
Não deve ser só um dia.
Dessa luta tão pesada
O homem, mulher unidos
Por uma forte jornada.

A TURBULÊNCIA ECONÔMICA

A TURBULÊNCIA ECONÔMICA
Nando Poeta


No ano de vinte e nove(1929)
A depressão veio ao mundo
A economia caiu
Bancos ficaram sem fundo,
Teve uma grande implosão
Tudo em questão de segundo.

Essa grande crise foi
Maldição do século vinte
Causando enorme inflação
Deixando a massa pedinte
E a segunda Grande Guerra,
O passo dado em seguinte.

Pois a superprodução
Doença do capital
Com a globalização
A crise é fenomenal
O crescimento econômico
É sempre artificial.

Essa crise americana
Faliu crédito hipotecário
Botou abaixo a doutrina
Que sai no jornal diário,
E muito império em ruína,
De mega bilionário.

O sistema está bichado
E o FED, Banco Central,
Com seus papéis arriscados
Que já não vale o metal
Pois seus títulos lastreados,
Agora é o eixo do mal.

O galope da inflação
Puxa a crise no planeta
Engordaram especulando
Mamaram muito na teta
E querem que o povo aceite
Essa maldita faceta.

A taxa no sobe e desce
Deixa o mercado nervoso
O prejuízo não cobre
O crack é perigoso
Nobres estão assustados
Com o quadro desastroso.

Brasiléia foi o marco
De um sistema hemorrágico
Que se revelou impróprio
Transformando tudo em trágico,
Para o neoliberalismo,
Salvar somente o mágico.

Com sua mão invisível,
O capital regularia
Agora passando mal,
Leva abaixo a teoria
Que o neoliberalismo
Salvaria o mundo um dia.

O Capital só dizia:
Não é papel do Estado
Intervir na economia
E agora mudou de lado
Para pegar verba pública
Neste assalto declarado.

O acordo de Brasiléia
Que controla o dinheiro
Dentro de uma assembléia
Aprova muito ligeiro
A coisa como tá feia
Vem grana do estrangeiro.

O tal do megapacote
Foi todo bem preparado
Dinheiro enchendo o pote
Que do povo foi roubado
Assaltar é o mote do
Capitalismo safado.

Injetar dinheiro público
É o plano do tesouro
Ao explorado o suplício
Ao bandido todo o ouro
Pra sempre ganhar o rico
E do pobre tirar o couro,

São setecentos bilhões
Pra o pacote salvador
Pensa ser a solução
Pra banqueiro enrolador
Quem vai pagar essa conta
É o povo sofredor.

O Bush da Casa Branca
Com McCain e com Obama
Depois da conversa franca
Organizaram uma trama
Deputados resistiram
E Bush caiu da cama.

O plano de salvação
Proposto por Bush filho
De olho na eleição
Deputados não dão milho
Rejeitando o tal projeto
Deixaram Bush sem brilho.

Pois o pacote a principio
Na Câmara foi rejeitado
E Bush apertou o cinto
Com o não do deputado
Cada um só disse não
Visando ser bem votado.

A aprovação do plano
Não evita a recessão
O pacote bushiniano
Não será a salvação
O tesouro americano
Fica na flutuação.

Agora na contramão
E o pacote maquiado
Deputados aprovaram
Deixando tudo de lado
Foi feito um acórdão,
Com apoio do senado.

A grande queda do crédito
Sobe o endividamento
A crise é o veredicto
Da miséria em andamento
O capitalismo um mito
Demonstrou ser um tormento.

Wall Street em colapso
Feriu a superpotência
Ajuda a ser o passo
Pra cair na impotência
O capital aos tropeços
Vive hoje a insolvência.

A economia em pânico
Mergulhou na quebradeira
Igualmente o Titanic
Salvar nem a feiticeira
Apesar de que é cíclico.
O mercado desce a ladeira

É bolsa na agonia
E correntista no aperreio
Acordado noite e dia
Perturbando seu passeio,
Investidores aflitos
Com tamanho bombardeio.

As bolsas estão em queda
E a maior seguradora
Nem mesmo com pára-quedas
A ajuda é protetora
Pois o rombo não se veda
Com a crise arrasadora.

Dinheiro em grande volume
Escapando pelo ralo
Voando igual vaga-lume
Ou galopando a cavalo
E especulador negando
Prejuízo desse embalo.

Os efeitos dessa crise
Tem deixado grande rombo
Empresas na decadência
As bolsas levando tombo
Capitalismo em ruína
Volta à era de Colombo.

O liberalismo em xeque
E a recessão profunda
Assinado em branco o cheque
O mercado mais afunda
Brincando feito moleque
O império cai de bunda.

As bolsas no vermelho
É declínio no império,
Revela-se no espelho:
O câmbio no cemitério
Economia decadente
E a crise não tem mistério.

Os países emergentes
Pensam que estão por fora
Mas são subservientes
E chegará a sua hora
Cairão lá do batente
Murcharão com a piora.

Da China até o Brasil
Entrarão na turbulência,
Acelerado a mil
Há de sofrer conseqüência
Da política de funil
Aprovada por “excelência!”

Dependentes dos Estates
Vemos quase o mundo inteiro
É China, Brasil, e outros
Alimentando a banqueiro
Agora não é proibido
O governo injetar dinheiro.

Com o estouro da bolha
Os negócios vão pra China
Os preços caem feito folha
A produção se elimina
Rico já joga a toalha
E a queda será a sina.

A crise econômica vem
O Brasil não é blindado
Quem viver isso verá:
Pedaço pra todo lado
Lula na frente dirá:
“Já foi tudo dominado.”

Estoques de investimentos
De capital estrangeiro
A qualquer um dos momentos
Poderão fugir ligeiro
E que a nossa economia
Perderá muito dinheiro.

A economia brasileira
Já está sendo afetada
Já falta crédito na praça
Prova da crise chegada.
Lula deixe de besteira
Que será forte a pancada.

Vários bilhões de reais
Socorrerão banqueiro
Queimando toda reserva
Apagando o candeeiro
Lula reza na cartilha
De governo estrangeiro.

O trabalho nunca ganha
Com o capital fictício
Quem mais faz a barganha
É a burguesia com vício
Lutar será o caminho
Pra sair do precipício.

O crédito consignado
Enricou muita quadrilha
Aquilo que era fiado
Transformou-se numa pilha
De dívidas pra todo lado
E a massa maltrapilha.

Os ricos que inventaram
A tal crise paguem o preço
“O Mateus que foi parido”
Que vá ao seu endereço
A conta com correção
Do fruto de seu tropeço.

A fuga do capital
É roubo legalizado
Impedir esse assalto
Com o povo mobilizado
Economizar dinheiro
No banco estatizado.

Essa crise ameaça
O trabalho e o salário
Jogará nossos direitos
Para dentro do armário
Aumentando a exploração
Com o trabalho precário.

Investir no social
A dívida não mais pagar
Retirar dos velhos sócios
A ganância de explorar
Construir outro negócio,
Pra quem vive a trabalhar.

Planejar a economia,
Permitirá crescimento
Pondo fim a triste fome
De quem vive no relento
Socializar a riqueza
Acabando o sofrimento.

E o sistema bancário
Tem de ser estatizado,
O poder do operário
Tudo bem organizado
Construindo um ideário,
Que defenda o explorado.

O Sistema estatizado
A economia dar salto
O poder de nosso lado
Não terá mais o assalto
Trabalhador no comando,
Emancipação no alto.

Trabalhador vamos juntos
Reagir com muita luta
Cortando o mal de navalha
Fortalecer quem labuta
E dividir por igual
Pra todos a mesma fruta.

A crise desse sistema
Não é só regulação
Nem a moral é problema
Para desagregação,
É capital que se queima
É sistema em explosão.

Socialismo é o caminho
Levantemos a bandeira
Defendendo os oprimidos
Da barbárie tão grosseira
Com a burguesia caída,
É saída verdadeira.

Só uma revolução
Com poder socialista
Salvará a humanidade
Da crise capitalista,
Derrubando em todo mundo
O sistema imperialista.

N orte Bush-americanos
A pobreza é teu viver
N ão queira nos convencer
D os teus velhos e maus planos
O rganizando-se em anos
P ra teu poder derrubar
O primidos vão lutar
E m prol duma nova história
T rabalhadores com glória
A ssim, irão governar.



FICHA

NOME – A TURBULÊNCIA ECONÔMICA
TEMA – Política
AUTOR – Nando Poeta
LOCAL – SÃO PAULO –SP DATA – SETEMBRO DE 2008
ESTROFES – 49 de seis versos (sextilhas)
FINAL – Uma estrofe em acróstico NANDOPOETA
BIOGRAFIA DO AUTOR
Nando Poeta nasceu em Natal-RN, a 05 de novembro de 1962. Filho de Manoel Soares dos Santos e Cleonice Soares dos Santos. Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professor engajado com as lutas sociais, sempre lutou pela construção do socialismo. Em busca dessa transformação social milita no Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado. Atualmente reside em São Paulo onde nessa sua luta tem levado a poesia de cordel como instrumento facilitador de discussão.

HOMOSSEXUALIDADE: HISTÓRIA E LUTA

HOMOSSEXUALIDADE: HISTÓRIA E LUTA


Queremos nesse assunto
Mergulhar profundamente
Demostrando uma estatística
Que muda diariamente:
A horrenda homofobia
Crescendo mundialmente.

Por isso, nesse cordel
Vamos pôr em evidência:
Que quem curte o mesmo sexo,
Ou pra isso tem tendência,
Foi sempre desrespeitado
E vítima da violência.

Homossexualidade
Sempre tema especial
Outrora foi esquecido
Mas no momento atual,
É lembrado, pois faz parte
Da história universal.

Nas aldeias primitivas,
Toda a sexualidade.
Se vivia livremente
Dentro da comunidade
Com sexo oposto ou não
Naquela sociedade.

O homossexual
Existente no passado
Vivendo em grupo ou em tribo
Tudo muito organizado
Nunca foi por causa disso
Um ser desconsiderado.

Surge a propriedade
E com ela a exploração
Nisso as relações humanas
Sofrem a transformação
Do coletivo ao privado
Gerando a desunião.

Da ordem matriarcal
Chega o patriarcado
O homem cheio de poderes
Implantando o seu reinado
Submetendo as mulheres,
Ao seu insano mandado.

Para contar essa história
Faltou sincera abordagem
E o homossexual
Hoje constrói uma imagem,
Perante a comunidade
Com muita luta e coragem.

No decorrer da história:
Homossexualidade
Foi vivida por pessoas
De toda sociedade
Que para expressar prazer
Não temeu atrocidade.

Também deusas e rainhas,
Envolvidas sempre estão
Mulher com outra mulher
Homem com homenzarrão,
Portanto, é coisa antiga,
Não recente invenção.

Dos deuses gregos se fala
Da bissexualidade
Que amavam suas esposas
Mas, tinham intimidade,
Com homens belos dos reinos
Iam além da amizade.

Quando a Russa conseguiu
Por fim ao capitalismo
Aboliu as leis machistas
Impostas por czarismo
Mas ressurgem novamente
Com força no stalinismo.

A polícia em New York
Num ato de puro mal
No Stonewall um bar
Faz um ataque imoral
Persegue quem tá presente
Por questão sexual.

No ano sessenta e nove (1969)
A polícia entra no bar
Travestis tocaram fogo
Pedras, garrafas no ar
Quatro noites de confrontos
Pelo direito de amar.

Nas várias ruas do bairro
Nesse final de semana
Pipocam muitos protestos
Contra ação tão insana
De uma polícia assassina
Cruel, perversa e sacana.

Há muito, a polícia vinha,
Perseguindo aquele bar
Freqüentadores cansados,
Começaram a se zangar
Enfrentaram a soldadesca
Pra bater ou apanhar.

E como rebelião,
Ficou assim conhecida
E essa luta ardorosa
Tem ponto de partida.
Vai o movimento às ruas
Com marca reconhecida.

No Brasil tudo começa
Lá pelos anos setenta:
Rio de Janeiro, São Paulo
Onde a ideia se fomenta
Se pregando a tolerância
Por igualdade argumenta.

Organizam a resistência:
O Somos e o Lampião
Grupos que juntaram gente
Na rua deram a lição:
Alimentar preconceito
É ter discriminação.

Lesbos, ilha lá na Grécia
Lugar que a Safo nasceu.
Uma mulher bem guerreira
Que direitos defendeu,
Vem aí o termo lésbica,
Onde essa mulher viveu.

As cores do arco-íris
Deu seis faixas a bandeira
Gilbert de São Francisco (EUA)
Teve ideia de primeira
Junto ao triângulo rosa
Simboliza a luta inteira.

Para poder reprimi-los,
Numa guerra desastrosa.
A tropa nazi-fascista
Com sua ação perigosa
Castigaram gays e lésbicas
Por relação amorosa.

A sociedade de hoje
Alimenta a opressão
Diz combater injustiça
Mas promove exploração,
Atacando com calunia,
Desonra e difamação.

O direito de expressão
Da sua identidade
Jamais deve ser negado
Porque fere a liberdade
E a garantia de tê-la
Como a máxima equidade.

Homossexualidade
É uma orientação
Onde as pessoas do mesmo
Sexo tem a relação,
Afetiva e amorosa,
De vivência e de paixão.

Qualquer ser humano tem
Direito de controlar
O corpo, alterar o gênero
O que quiser implantar,
E o sexo em que nasceu
Caso queira, até mudar!

Essa parte social,
É bastante reprimida
Quase não pode assumir
O que escolheu para vida
Por conta da violência,
Que ainda a intimida.

Graças a luta ferrenha
Direitos têm conquistado,
Mas, ainda pelo mundo
É um ser discriminado
E este indiferentismo
Precisa ser rechaçado.

A lei diz que os brasileiros
São iguais na sua frente
Mas, não é isso que vemos
No Brasil infelizmente
A homofobia existe,
O preconceito é crescente...

É preciso uma reforma
No nosso Código Penal
Eivado de distorções
De equívocos, em geral
Que sobre a questão do sexo
Por certo não é igual.

Homossexualidade
Foi vista como doença
É falsidade e mentira
Seja da política ou crença
Tal invenção jamais foi,
Algo além de uma ofensa.

Já colocaram nas mentes,
A patologização:
Relações com o mesmo sexo
É distúrbio e perversão
E se construiu a trilha
Para a discriminação.

A medicina afirmava:
É uma desordem mental
Portanto deverá ser
Tratada no hospital
Pra que tal desequilíbrio
Possa voltar ao normal.

Mulheres, negros e índios,
Três setores oprimidos.
Junto ao GLBT
Sempre foram esquecidos
Do convívio social,
Completamente excluídos.

Na história sempre foram
Só tratados com desprezo
Foco de muita injustiça
Pra quem já tá indefeso!
E o grupo GLBT
Do ataque não sai ileso.

Gays e lésbicas no Brasil
Há muito são perseguidos
Levam facada e pancada
De verdadeiros bandidos
E quem comete tais crimes,
Raramente são punidos.

Não é só no futebol
Que o Brasil é campeão
Em crime de homofobia
Possui forte seleção
Preconceito, assassinato
O troféu já tá na mão.

Até grupos de extermínio
Surgiram pra lhes matar
Pessoas que não aceitam
Os quiseram eliminar
Tal absurdo a justiça
Tem por dever evitar.

Somente em dois mil e oito
São vários assassinatos
Um crime a cada dois dias
Nos mais horrendos relatos
De mortos selvagemente,
Jogados dentro dos matos.

“Brasil sem homofobia”
Governo faz a campanha
Mas o crime só aumenta
E nas ruas o gay apanha
Nas políticas dos governos
Impunidade é quem ganha.

Hoje a visão sobre o gay
Não corresponde a verdade
Cheia de tabus e mitos
Fere a sexualidade
Se não existe respeito,
Em meio a diversidade.

No passado, pra igreja
O “pecador” ia arder
Era lenha na fogueira
É fumaça, vai feder
A inquisição é morte
Pra quem desobedecer.

Para a igreja é desvio
E também muita fraqueza
Mas quem se torna assumido
O faz com toda firmeza
Que jamais acha doença
Muito menos safadeza.

Uma tentação terrena:
Homossexualidade
Dizem assim as igrejas,
Convictas dessa verdade,
As pessoas que praticam
Sofrem uma enfermidade.

A Bíblia para o cristão
Que a segue é mandamento:
“Homem não deite com homem
Pois, não há consentimento,
Pois quem assim proceder,
Tem um mau comportamento.”

Completa ainda avisando:
“Quem faz isso há de morrer
Desviou-se do caminho
De Deus e não vai viver,
Quem age dessa maneira
Ao certo vai perecer.”

Travestis, lésbicas e gays,
Com os transexuais
Todos são discriminados
Tachados como anormais
Daí lutam por direitos
Humanos e sociais.

Grandes são suas paradas
Que tem virado uma festa
Um espaço pra denúncia
E se curar cada aresta
Mas tem ONG interferindo
Demais e assim não presta!

Em pleno capitalismo,
É forte a homofobia
A velada indiferença
Faz parte do dia-a-dia,
Um Brasil igualitário
Ainda é mera utopia!

Se no local de trabalho
Exercendo a profissão
Ou a despeito do sexo
Sofrer discriminação
Exija para o autor
Uma enérgica punição.

A maioria das pessoas
Sabem tão bem condenar.
Aponta o dedo pra o outro
Mas se esquece de lembrar,
Que a sua conduta errada
Leva alguém se machucar.

Há tantos vivendo juntos,
Formando até um casal.
E muita gente achando
Tudo isso bem normal
E diversos julgadores,
Com preconceito mortal.

Sem saber que há países,
Que se casam no civil
E podem adotar filhos
De forma muito sutil
Mas isso não é o caso
Do nosso imenso Brasil.

E os termos ofensivos,
Que tantos gostam de usar:
“Fresco, veado e baitola,
Sapatão, bicha” é vulgar
Sempre se diz com ofensa
Para poder humilhar?

O respeito deve estar,
Em qualquer um coração
Independente do sexo,
Se tem ou não formação,
Filosofia de vida,
Política ou religião!

Trate todo mundo bem,
Jamais seja indiferente
E compreenda enquanto
O tempo for paciente
Pra língua não cobrar caro
Seu veneno de serpente.

Negar a sua existência
Seria leviandade,
Visto o grupo crescer tanto
Em toda a humanidade
Como pessoas normais
Dentro da sociedade.

Tentamos nesse cordel
Falar do tema com jeito.
Mostrando que adianta
Desarmar o “pré” conceito
Pra que todo mundo seja,
Tratado com mais respeito.

Autores:
Nando Poeta e Varneci Nascimento.

ASSÉDIO MORAL É CRIME

ASSEDIO MORAL É CRIME


Política neoliberal
Fomenta autoritarismo
Aumenta a exploração
Planta individualismo
Nas relações de trabalho
Surge construindo abismo.

Quem é vítima do assédio
Seja física e mentalmente
No lugar onde trabalha
Sofrendo diariamente.
A vida profissional,
Abate-se gravemente.

Todo o assédio moral
Tem conduta abusiva
As palavras e os gestos
De forma repetitiva
Rebaixa funcionários
De maneira agressiva.

A violência moral
Provoca degradação
E onde a pessoa trabalha
Passa a não ter união
Os chefes são premiados
Por bajularem o patrão.

O sujeito agressor
Só quer ser admirado
Invejoso e arrogante
Traiçoeiro e malcriado
Impõe as ordens que quer
Pra se aceitar calado.

Durante toda jornada
De trabalho estafante
Os chefes autoritários
Com voz de alto-falante
Humilham, gritam e xingam
Da forma mais irritante.

Com o assédio moral
Chefe tende a humilhar
Ofende, pune e berra
Quem vive a trabalhar
Demissão ou remoção
Usam-se pra castigar.

Acarreta prejuízos
Práticos e emocionais
Quando as cobranças dos chefes
Não deixam ninguém em paz
É ridicularizado
Pra se sentir incapaz.

Durante o seu trabalho
Tem relação desumana,
Imposta por um chefete
Sem ter nada de bacana
Desagrega funcionário
Da maneira mais tirana.

A prática de um assédio
Traz dano sério a pessoa
Doenças pra todo lado
Não é coisa muito boa
Os seus efeitos danosos
Não dar pra ficar atoa.

A pessoa escolhida
É sempre chantageada
E diante dos colegas
Fica desacreditada
E do convívio grupal
Totalmente escanteada.

Do grupo muito isolada
A vítima é excluída
Passa ser hostilizada
E interferir na vida
Sempre desprestigiada
Quando é a preterida.

Os distúrbios digestivos
O cansaço exagerado
Insônia ou sonolência
Palpitações lado-a-lado
Tremores e depressão
É quadro bem complicado.

São diversas as doenças
Trazendo o seu sintoma
Angústia, crise de choro,
Remédio muito se toma
E o sentimento de culpa
Ao suicídio se soma.

Pois o assédio moral
Gera o adoecimento
Ansiedade e estresse
E mais aborrecimento
E no local de trabalho
Surge o constrangimento.

O Assédio Moral está
Presente no dia-a-dia
Produz uma violência
Gente fica em agonia
Isolamento e tristeza
Passa a ser uma mania.

O assédio virá por
Idade e religião.
Por ser negro ou mulher
Sexo, outra orientação
E pra limitação física
Por certo não há perdão.

Lutar contra o assédio
Lá dentro do seu trabalho
Deve ser luta assumida
Sem fazer nenhum atalho
Trabalhador que se preza
Não aceita o ato falho.

O assédio é exercido
Por chefe autoritário
Pois suas intervenções
São de cunho arbitrário
Machucando muita gente
Em ambiente diário.

Quem é vítima desse crime
É perfeccionista
Não falta ao seu trabalho
Na luta é ativista
Combatendo o assédio
Você nessa luta insista.

Diversos trabalhadores
Sofrem assédio moral
Sobretudo a mulher
Que é alvo principal
Atacadas duramente
De forma tão imoral.

No capital e trabalho
Relações são embutidas
O mal-uso do poder
Que humilha nossas vidas
Essas posturas tiranas
Terão que ser combatidas.

Consequências do assédio:
Destrói-se a auto-estima
A dignidade humana
A coisa que mais se prima
Corroendo as relações
Vindo de baixo pra cima.

Metas que são impossíveis
Exigidas de antemão
E se não forem cumpridas
Perderá mais posição
Ficam, pois muito mal-vista
Por colegas e patrão.

Denunciar e punir
Todos assediadores
Que humilham e até xingam
Grupos de trabalhadores
Comprovar fato e dano
Combater exploradores.

Excluir trabalhador
E fazer dele chacota
Negar as informações
Reduzindo a sua cota,
Desviar de sua função
E lhe dar zero de nota.

Malditos são muitos chefes
Que só sabem ver defeito
Tratando com grosseria
Faltando com o respeito
Cometendo injustiça
Com quem trabalha direito.

O assédio é vertical
Feito por superior
Já quando horizontal
Por colega do setor
Aumenta a competição
Pra gosto do agressor.

A violência moral
Às vezes é coletiva
Da prática autoritária
Do chefe que é abusiva
Combatê-la em campanha
Ampla, geral e massiva.

Reagir contra o assédio
Pra dá visibilidade
Juntando-se ao colega
Derrubando a maldade
E registrar por escrito
O que é atrocidade.

Com política de saúde
Sindicato e ativista
Unidos nesse combate
Nunca ficar pessimista
Que iremos conseguir
Tirar esse mal da lista.

Combata sempre assédio
Juntando as evidências
Procure as testemunhas
Que viram as ocorrências
E cobre do sindicato
Pra fazer as diligências.

Rompa já com o silêncio
Ao abuso do poder
Trabalhador e usuário
Unidos podem vencer
Esse mal que continua
Fazendo gente sofrer.

Caso ocorra o assédio,
Tome logo providência:
Convoque o sindicato
Fazendo tomar ciência,
Que alguém no seu trabalho
Tem torrado a paciência.

Não fique jamais calado
Procure o sindicato
Posturas autoritárias
Denuncie de imediato
Enfrente com toda força
Toda prática do maltrato.

Já existem várias leis
Que prevêem a punição
Estimulando até multas
Chegando a suspensão,
E a depender da frequência
Chefe vai à demissão!

Pra combater o assédio
Supera primeiro o medo
Depois rompe o silêncio
Antes tarde, melhor cedo!
De todo autoritarismo
Pra ninguém faça segredo.

O patrão pra sua ordem
Quer sempre o sim senhor
Não aceita que ativista
Seja um questionador
Denuncie já as mazelas
Feitas por um agressor.

Ativista sindical
Nunca pode se curvar
As ordens de seu patrão
Quando vem pra machucar
Ajudar os seus colegas
Pra assédio enfrentar.

Sindicato com a base
Derruba o tal do assédio
Unidos nesse combate
Será o melhor remédio
Construindo a fortaleza
Pra sairmos desse tédio.

Mandar calar-se na hora
Tolher sua opinião
Atuar com menosprezo
Gritar com o vozeirão
Oprimir trabalhador
Quando critica o patrão.

No local de seu trabalho
Se organize pra lutar
Não aceite desaforo
De quem faz ameaçar
Vencer o medo faz parte
Pra o assédio derrubar.

A melhor resposta é,
Ter boa organização
Buscar a todo o momento
A plena informação
Também se preciso for
Fazer mobilização.

Chega de humilhação
Assédio moral é crime
Não baixe a sua cabeça
Levante a bola do time
Com solidariedade
Enfrente que lhe oprime.

Não tenha nenhum receio
Ataque o que te faz mal
No tal do assédio moral
Destrave dentro do meio
O joio que dentro veio
Partindo a nossa união
O combate é solução
E pra isso, é preciso
Trazer de volta o sorriso
Ao rosto do nosso irmão.

1º DE MAIO

1º DE MAIO DIA INTERNACIONAL DE LUTA DOS TRABALHADORES

Nosso Primeiro de Maio
Homenageia a memória
Dos Mártires lá de Chicago
Que nos encheram de glória
Por lutar por mais direitos,
Fazendo parte da história.

Foi nos Estados Unidos
Na cidade de Chicago
Um pólo industrial
Onde máquina faz estrago
Extraindo do operário
O trabalho nunca pago.

Doze horas no trabalho
Era a jornada diária
A condição no emprego
Extremamente precária;
Na pobreza e na miséria
Vivia a classe operária.

Trabalhadores forçados,
A uma longa jornada.
Patrão sugava o sangue,
A sua força explorada
Capitalismo usurpando
Terra, trabalho, morada.

Tudo que é produzido
Cai no bolso do patrão
Pois a força de trabalho,
Baixa remuneração
Miséria e desemprego
É barbárie de montão.

Foi no século dezenove (1886)
No ano de oitenta e seis
Bem forte a greve geral,
Explode mais uma vez
Operários vão à cena
Foi maio escolhido o mês.

Os operários cansados
Da superexploração
Travaram dura batalha
Juntos foram para ação
Da jornada de trabalho
Desejavam redução.

Os patrões sempre sugaram
Extraindo a mais-valia
Salários são rebaixados
Como aposentadoria,
O descanso semanal
Chega a ser uma ironia.

Só oito horas por dia
Seria o suficiente
Por isso vão para as ruas
De forma bem consistente
Convictos de seu direito
Na luta seguiram em frente.

Diante de uma fábrica,
A polícia disparou.
Cinquenta foram os feridos
E meia dúzia tombou
Entre guardas repressores
Uma bomba estourou.

Soldados atordoados
Bala em manifestantes
Espancar, pisotear
Trabalhador, estudantes
Centenas morreram logo
Do lado dos caminhantes.

Com repressão da polícia,
Mortes, prisões e feridos
O sangue foi espalhado
Muitos gritos e gemidos
Trabalhadores tombaram
Com morte foram punidos.

Acusaram lutadores
Por ter matado soldado
Criminalizando a luta
Atacando um único lado
Impuseram à caça as bruxas
Usando a força do Estado.

Afirmaram que a polícia
Teve baixa em sua tropa
Colocam culpa na luta
Querendo cortar a copa
Justificaram o massacre
E as ruas o sangue ensopa.

A imprensa dessa época
Já era reacionária
Incentivou repressão
A toda classe operária
Encobrindo os ataques
Da polícia ordinária.

Chicago Times afirma
Que a saída é a prisão
E o trabalho forçado
Até última geração
Para questão social
É a única solução.

O New York Tribune
Defendia a força bruta,
Xingava o trabalhador,
Ameaçando sua luta
Estimula a repressão
Em cima de quem labuta.

O Massacre de Chicago
Sempre forte na lembrança
Simbolizando a luta
De quem tem a esperança
De que o Socialismo
Virá pra trazer bonança.

Como Mártires de Chicago,
Ficaram assim conhecidos,
No seu exemplo de luta
Jamais serão esquecidos
O seu caminho trilhado
São passos pra ser seguidos.

A frente dessa batalha
Oito foram condenados
Lutadores por justiça
Alguns até enforcados
A chama da grande luta
Acendeu com os executados.

Parsons, Engel e Fischer
Líderes desse movimento
Mais o Lingg e o Spies
Passaram por sofrimento
Deles, quatro foram à forca
Por um falso julgamento.


Fieldem e Schwab tiveram
Pena máxima na prisão
Neeb por quinze anos
Condenado a detenção
Processos foram forjados
Tudo invenção do patrão.

Cantando a sua luta
Naquele forte momento
Esses quatro firmemente
Mantiveram o firmamento
De que a luta operária
Vencerá o sofrimento.

Parsons faz o discurso,
Em prol do trabalhador:
“A farsa da patronal
Traz o sofrimento e dor
Que as forças sociais
Combatam o explorador.”

Diz que a propriedade
É privilégio de poucos
Com produto do trabalho
Burgueses ficam tão loucos
Fechados na fortaleza
Eles não ouvem, são moucos.

Spies em sua defesa
Falou no enforcamento
“Vocês pensam em destruir
Operário e o movimento
Apagaram uma faísca,
Segue o fogo em crescimento.”

“Estrangulam-nos agora,
Mas virá logo a sentença.
No poder do operário”
Jogamos a nossa crença
Na luta e no movimento
Queremos que o povo vença.

O Lingg suicidou-se
Não aguentou a pressão
Mais uns seis anos depois
Tudo teve anulação
E os três sobreviventes
Foram soltos da prisão.



As origens do Primeiro
De Maio teve o sangue
Derramando pelas ruas
Por burguês e sua gangue
Atiraram em todo mundo
Parecia um bang-bang.

Socialistas em Paris
Aprovaram no seu plano
Junto a Federação
Do Trabalho Americano
Que o Primeiro de Maio
Se celebre a cada ano.

O movimento operário,
É na luta pioneiro.
Celebra já do início
De Maio, o dia primeiro
Apresentando bandeiras
Ao povo do mundo inteiro.

No Brasil toda essa luta
Teve um eco profundo
Os lutadores daqui
Juntaram-se aos do mundo
Construíram forte ato
Contra o capital imundo.

Curitiba, POA, Santos,
São Paulo, Rio de Janeiro
Em todas essas cidades
Foi quem fizeram primeiro
A essa luta somou-se
O lutador brasileiro.

Daí Primeiro de Maio
É o dia de protesto
Em todo nosso planeta
A luta é o manifesto
Trabalhadores do mundo
É gente, não é o resto.

Dia Primeiro de Maio
É o símbolo de combate
Guerra a todos senhores
Para nunca dá empate
Derrotar suas políticas,
Pra que nunca mais nos mate.


Primeiro de Maio é
Feriado nacional
A burguesia propõe
Pra ser data oficial
Transformando esse dia
De festa com patronal.

Festa, sorteio e show
É o ato governista
Movimento independente
Deve ter ato classista
Marchando por todo mundo
É internacionalista.

Todas as centrais pelegas
CUT, FORÇA SINDICAL
Fazem suas megafestas
Com verba da patronal
Patrocínio de governos
Para o ato oficial.

Todo Primeiro de Maio
Dia do trabalhador
Todos devem ir às ruas
Pra mostrar o seu valor
Conquistando mais direitos,
Enfrentando o opressor.

Nesse Primeiro de Maio
Os operários franceses
Os afros e brasileiros
Unidos aos camponeses
Reafirmando a luta
Como se fossem ingleses.

Trabalhadores uni-vos
Os que estão imigrantes
Sem registro em carteiras
No mundo são uns andantes
Os que trabalham efetivos
Lutando estão confiantes.

Oito horas de trabalho
Oito de lazer, estudo.
São mais oito para o sono
Porque o descanso é tudo
Não é sonho essa jornada
Quero grande e não miúdo.




Ao longo de nossas lutas
Companheiros sucumbiram
Já tivemos muitas baixas
Muitos colegas partiram
Homenagear a todos
Pra luta que garantiram.

O Capitalismo em crise
Vai sugar do operário
Construir Socialismo
Não caia no imaginário
Construa esse caminho
Para um mundo igualitário.

A marca do movimento
Para a mobilização
É denunciar ataques
Os cortes, a demissão
Bandeira socialista
Virá com revolução.

É o Primeiro de Maio
Que em todo o planeta
Trabalhadores unidos
Escreve com sua caneta
E com a tinta da luta
Derruba patrão e treta.

O Vladimir Maiakovski
Falou “sou um camponês;
Sou operário, sou ferro,
O mês de Maio é o mês”
É dia de luto e luta
Nossa voz e nossa vez.

Todos “unidos, façamos”
E “nesta luta final”
Em “uma terra sem amos”
“A internacional” *
Que esse hino operário
Cantemos como um jogral.








Nesse belo mês de Maio
A chama da luta é forte
Não aceitamos a morte
Diante dessa não caio
Operário nem que o raio
Parta rachando a cabeça
O burguês que se esqueça
E saiba que a vitória
Trará mudança à história
Até que opressor emudeça.

Notas:
* Estrofe da “A Internacional” hino dos trabalhadores do mundo inteiro.
- Letra do Operário poeta francês – Eugene Pottier (1816-1887) e música do operário belga Pierre Degeyter (1848-1932).
POA – Porta Alegre – capital do Rio Grande do Sul.


Capa – Arte de cartaz em comemoração ao 1º de Maio no início do século XX.
Arte finalizador – Vinícius Soares

FICHA TÉCNICA

NOME – 1º DE MAIO DIA INTERNACIONAL DE LUTA DOS TRABALHADORES
TEMA – Classe Trabalhadora
AUTOR – Nando Poeta
LOCAL – São Paulo – DATA – Abril de 2009
ESTROFES – 48 de seis versos (sextilhas)
ESQUEMA DE RIMAS – x a x a x a
OBSERVAÇÃO – As letras repetidas (a) indicam os versos que rimam entre si; indicam-se com o X os versos que não rimam com nenhum outro.
FINAL – Estrofe em acróstico NANDOPOETA em décima de sete sílabas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PAIXÕES



PAIXÕES(fragmentos)
Por Nando Poeta

O teu amor é picante
Me deixa enamorado
Ficando embriagado
Nos braços de minha amante
Em movimento chocante
Descubro um belo encanto
Embalo vai ao teu canto
Explode meu coração
Livrando vai da prisão
Chegando ao acalanto.

No rosto sempre um sorriso
Nos lábios o doce mel
Mistura de coquetel
Que leva ao paraíso
Beijando esse é o aviso
Da sua linda ternura
O toque vai sem censura
Na pele fina macia
No corpo muita energia
De uma paixão tão pura.

Meus olhos miram o querer,
Carregados de carinho
Que pede abrigo em seu ninho
Derretendo de prazer
Peço pra te conhecer
Pra beber desse veneno
Que não mata, e é sereno
É alimento, é festejo
Aos teus braços eu almejo
Chegar a um amor tão pleno.

Forte paixão que em chamas
Mergulha bem lá no fundo
Rondando virando o mundo
Espalham na terra as ramas
Brotando o amor que inflamas
Aumenta o fogo ardente
Que queimando vai à gente
Subindo a temperatura
Derrete-se nessa mistura
Em uma força fluente.


BRUNO AGARROU O CRIME




Num jogo tão perigoso
Bruno veste a camisa
Mata a namorada Eliza
E vira um criminoso
No xadrez vai ter o gozo
E o seu maquiavelismo
Misturado ao machismo
Pagará um preço alto
Goleiro dá ultimo salto
Mergulhando pra o abismo.

Bruno agarrou o crime
Perdendo sua torcida
A fama fica esquecida
A prisão agora é time
E dentro desse regime
E no gol da crueldade
A quadrilha da maldade
Jogará seu bate-bola
Na mão agora pistola
Juiz dá penalidade.

O machismo chega ao ponto
De um crime tão cruel
Horrendo, soltando o fel
O Bruno é desaponto
Hoje na vida está tonto
Sucesso de jogador
Na manchete é matador
No caminho foi um errante
Do Flamengo ex-comandante
Da vida um destruidor.

O Bruno é número um
Do Esporte Clube Machista
É um Capitão sadista
Nele o ódio é comum
E sem direito nenhum
Agora vai pra o castigo
A cadeia é seu abrigo
Jogará seu futebol
Sem a presença do sol
Junto de Bola, o amigo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

DEU NA IMPRENSA

Nando Poeta lança folhetos na Casa do Cordel

Infância Urgente

Blog do Mendigo

Terra Magazine

Blog Inspire

Tribuna Escrita

PSTU lança cordel para divulgar candidatura de Simone Dutra ao Governo do RN

Cordel sobre as mulheres é lançado pelo Nando Poeta

Nando Poeta lança a arte de lutar

Poetas lançam o Cordel "A História das Copas"

Assédio Moral é Crime no Blog da Rossana

Serrando os direitos Viomundo - O que você não vê na mídia

Nando Poeta lança Cordel sobre o 1º de MAIO

MAQUINA FOTOGRAFICA









CARAVANA DO CORDEL DO MÊS DE AGOSTO DE 2010

TV CORDEL


















CARAVANA DO CORDEL


CARAVANA DO CORDEL DE AGOSTO DE 2010





A Caravana do Cordel é um projeto coletivo, construído por poetas populares nordestinos radicados em São Paulo. A Caravana busca reforçar o valor itinerante da poesia popular em suas múltiplas manifestações. Integram o movimento cordelistas, repentistas, xilógrafos, músicos, pesquisadores e entusiastas da poesia popular.



A Caravana do Cordel, através da Editora Luzeiro, lançou seu primeiro trabalho coletivo contando a HISTÓRIA DAS 18 COPAS DO MUNDO, narrada por um time de 18 poetas.

COPAS X POETAS

1930 – Cícero Pedro de Assis
1934 – Cleusa Santo
1938 – Pedro Monteiro
1950 – Varneci Nascimento
1954 – Aldy Carvalho
1958 – Carlos Alberto Fernandes da Silva
1962 - Costa Senna
1966 - Moreira de Acopiara
1970 – Benedita Delazari
1974 – Aderaldo Luciano
1978 – Nando Poeta
1982 – Josué Gonçalves Araujo
1986 – João Gomes de Sá
1990 - Dé Pageú
1994 – Sebastião Marinho
1998 – Cacá Lopes
2002 – Marco Haurélio
2006 – Luiz Wilson

O trabalho ficou primoroso e agora com uma novidade, o cordel de 32 páginas com ISBN, é um verdadeiro livro, podendo ser consultado em qualquer parte do mundo, após ser feito o depósito legal. Este trabalho é resultante do time de poetas que se empenhou para fazê-lo e que está um primor, tudo sob a organização de Nando Poeta, o pai da idéia. A capa está simplesmente linda feito pelo André Mantoano, um jovem talento que tem se revelado um exímio capista.

Veja as primeiras estrofes do cordel:

O futebol pelo mundo
É uma forte paixão.
E sua Copa do Mundo
É momento de emoção,
Completam-se oitenta anos
Da sua realização.

Cada lance de uma Copa
Faz o torcedor vibrar.
Quando a sua seleção
Entra em campo pra jogar.
Seus craques, gols ou fracassos,
Fazem sorrir e chorar.

Por isso nossos poetas
Tentaram fazer a obra
Todos atletas da rima
Com poesia de sobra
Fazendo na arte do verso
Olé, gingado e manobra.

Cada um fez um resumo
No trabalho de gigante.
Caravana do Cordel,
Um movimento importante,
Mostra ao mundo do esporte
Que o cordel é atuante.

Revela que o futebol
Além de ter ginga pura,
De drible, de goleada,
De disputa e de bravura,
É possível ir do gramado
Para o campo da leitura.

CARAVANA DO CORDEL - FEVEREIRO DE 2010





CARAVANA DO CORDEL - DEZEMBRO DE 2009




CARAVANA DO CORDEL - NOVEMBRO DE 2009





CARAVANA DO CORDEL - AGOSTO DE 2009





CARAVANA DO CORDEL - JULHO DE 2009